Korongo Airlines sai de cenário. Congo Airways entra, mas já tem um A320 arrestado

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 A companhia aérea Korongo Airlines vai terminar as suas atividades, devido a problemas técnicos com o seu único aparelho que sofreu um incidente quando operava numa pista mal conservada do Aeroporto de Mbuji Mayi, no centro-sul da República Democrática do Congo, noticiou a agência panafricana de informação Panapress.

Num comunicado transmitido à imprensa, a transportadora belga Brussels Airlines, sócia da empresa aérea africana, anunciou que a decisão de pôr termo às atividades de Korongo Airlines foi tomada durante uma Assembleia-geral extraordinária realizada sexta-feira, dia 4 de Setembro, em Lubumbashi, cidade situada no sudeste do país, tendo em conta que o Governo acaba de lançar uma companhia aérea que poderá substituir a que agora se retira.

“Infelizmente, a Korongo Airlines, lançada em 2012, e a única companhia congolesa ainda autorizada a aterrar na Europa, não atingiu o limiar de rentabilidade suficiente, devido a uma falta de massa crítica”, lê-se no texto.

 

Nova companhia começa com avião arrestado por dívidas do Governo

A Congo Airways, lançada recentemente pelo Governo da República Democrática do Congo, cujo capital é constituído totalmente por capitais públicos, adquiriu dois aviões Airbus A320 que integravam a frota da companhia europeia Alitalia. Um investimento de 50 milhões de euros, confirmado pelo executivo de Kinshasa, decidido para atenuar as dificuldades de transporte que hoje se fazem sentir no país, até há pouco inteiramente à mercê de companhias aéreas privadas, muitas das quais com aparelhos muito velhos e com serviços de manutenção pouco confiáveis.

A nova companhia, que pode voar para a Europa, recebeu o primeiro A320 pintado com as suas novas cores a 30 de Julho, numa cerimónia oficial, que teve lugar no Aeroporto Internacional de N’djili, em Kinshasa, com ampla presença de governantes nacionais e pessoas importantes da República Democrática do Congo.

Contudo, o segundo A320, que deveria chegar à capital congolesa na quarta-feira, dia 25 de Agosto, não pode partir de Dublin, na República da Irlanda, onde esteve a ser revisto e redecorado de acordo com o novo lay-out e imagem da Congo Airways. O Supremo Tribunal de Justiça da Irlanda decidiu arrestar o Airbus A320, avaliado em cerca de 25 milhões de euros, por solicitação da empresa mineira norte-americana ‘Miminco LLC’ e de dois dos seus sócios, que perderam a concessão de duas minas de diamantes no Congo. O acordo entre os proprietários da sociedade de exploração mineira e o Estado Congolês, obtido em 2007 previa o pagamento de uma determinada indemnização, da qual o Congo ainda deve cerca de 10 milhões de euros. Trata-se de um processo que se tem arrastado nos tribunais, embora a Justiça tenha mandado executar a sentença que obriga o Governo de Kinshasa a pagar, à empresa e aos dois cidadãos dos EUA um dos quais é nascido no Congo, a quantia em falta desde há cerca de oito anos.

O arresto da aeronave verifica-se desde há mais de duas semanas e a diplomacia congolesa mostra-se incapaz ou sem meios para demover as pretensões da Justiça irlandesa. Especialistas em Direito Aeronáutico acreditam que a solução do problema, caso o Governo da República Democrática do Congo não pague imediatamente o que foi acordado, é levar o avião à praça ou vendê-lo por ajuste direto para retirar o valor em dívida, os juros de mora devidos e o trabalho dos advogados envolvidos no processo. Tudo porque a aeronave foi adquirida, em compra firme, pelo Governo congolês. Não se trata de um leasing, operação de aluguer em que a companhia pagaria uma determinada renda à empresa proprietária do avião, que neste caso não seria o Estado do Congo.

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