TAAG poupou 70 milhões de dólares em custos em apenas um ano

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O presidente da companhia angolana TAAG – Linhas Aéreas de Angola garante que no primeiro ano de gestão pela Emirates já foram cortados 70 milhões de dólares (62 milhões de euros) em custos e só pela via da reforma é que sairão trabalhadores da empresa.

O britânico Peter Hill, presidente do conselho de administração da companhia aérea estatal angolana explicou, em entrevista à agência noticiosa portuguesa ‘Lusa’, que, sem margem para crescer nas receitas, tendo em conta a crise em Angola, a aposta da administração está a ser na redução de custos.

“Nós dissemos, no nosso plano de negócios, que em três anos íamos reduzir custos em 100 milhões de dólares [89 milhões de euros] e logo no primeiro ano já poupamos 70 milhões [62 milhões de euros]. Por isso estamos muito contentes e posso dizer que as finanças da companhia estão a melhorar dramaticamente”, explicou.

“Herdámos uma companhia não lucrativa, com muitos trabalhadores, e nos últimos 12 meses estamos a reduzir os custos”, enfatizou o administrador, que assumiu funções, indicado pela Emirates, há um ano, ao abrigo do contrato de gestão da TAAG que a companhia aérea árabe assinou com o Governo angolano.

Segundo Peter Hill, a TAAG conta agora com cerca de 4.000 trabalhadores, para operar 31 destinos domésticos e internacionais, após uma forte redução, apenas com programas de reforma. Nos últimos meses foram feitos cortes em várias linhas aéreas altamente deficitárias e a partir de novembro serão introduzidas novas operações, como um voo único para São Paulo e Rio de Janeiro, contrariamente aos dois anteriores, um para cada cidade. “Estamos a tentar manter a força de trabalho, reduzindo apenas por motivos de reforma. É isso que estivemos a fazer no último ano”, sublinhou, recordando que um alargamento das operações da TAAG está “dependente da melhoria do ambiente económico” em Angola, que vive uma crise económica e financeira decorrente da quebra nas receitas petrolíferas.

O contrato de gestão assinado entre o Governo e a Emirates prevê a introdução de uma “gestão profissional de nível internacional” na TAAG, a melhoria “substancial da qualidade do serviço prestado” e o saneamento financeiro da companhia angolana, que em 2014 registou prejuízos de 99 milhões de dólares (88 milhões de euros). Em contrapartida, no âmbito do Contrato de Gestão da transportadora pública angolana celebrado com a Emirates Airlines para o período entre 2015 e 2019, prevê-se dentro de cinco anos resultados operacionais positivos de 100 milhões de dólares. A transportadora aérea angolana está a obter resultados favoráveis com a utilização dos três novos Boeing 777-300 ER adquiridos pelo Estado, o primeiro dos quais entregue já em 2014 e os restantes dois desde junho. Nomeadamente reforçando, para dois voos diários, o total de ligações de Luanda para Lisboa (11 por semana) e para o Porto (três por semana), as rotas mais lucrativas da empresa.

A TAAG estreia a partir de novembro a nova rota Luanda-Maputo-Luanda, permitindo ligações de Moçambique a Portugal, Brasil ou Cuba, e o novo aeroporto internacional de Luanda, com inauguração prevista para 2017, é visto por Peter Hill como uma oportunidade para transformar a capital angolana num ‘hub’ aéreo para servir a África subsaariana. “Não me posso queixar, pois não”, questiona Peter Hill, garantindo estar “satisfeito” com o primeiro ano à frente da companhia angolana, cuja frota é agora de 13 aeronaves, incluindo oito Boeing 777 (três da versão 200ER e cinco da versão 300ER).

 

  • Texto da autoria da agência noticiosa LUSA
  • Foto © TAAG – Linhas Aéreas de Angola

 

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