“A greve foi o último recurso”, responde o presidente do Sindicato dos Pilotos de Angola

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Os pilotos da TAAG – Linhas Aéreas de Angola iniciaram nesta sexta-feira, dia 7 de outubro, uma greve que se prolongará até ao próximo dia 17. As conversações decorreram durante vários dias, mas não houve consenso. A TAAG afirma que as exigências são incomportáveis com a situação financeira da empresa e o presidente do sindicato já respondeu que “a greve foi o último recurso”. Miguel Prata, entretanto, acusa a TAAG de incumprimento da Lei da Greve.

Como acontece na maioria destes casos, a paralisação resulta de um desentendimento entre as partes – entidade patronal e o sindicato dos pilotos (SPLA) –, nomeadamente na questão sobre as remunerações.

Em declarações à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, o presidente do Sindicato de Pilotos de Linha Aérea (SPLA), Miguel Prata, disse que o nível de adesão é de 100%, estando nesta altura os filiados em manifestação no aeroporto internacional de Luanda.

Miguel Prata referiu que o caderno reivindicativo, de oito pontos, foi entregue em junho deste ano, e de lá para cá as partes estiveram à mesa de negociações várias vezes, com o foco no primeiro ponto apenas, sobre o reajuste salarial, sem que tenha sido alcançado acordo.

“Há aqui dois momentos que interessa realçar: nós nunca pedimos um aumento salarial, nós pedimos um reajuste de pagamento, queríamos ser pagos de maneira diferente. A TAAG achou por bem fazer um aumento – é lógico que o nosso reajuste, isso também tem de se dizer, da forma de pagamento implicaria um aumento no pagamento, mas nós só pedimos isso com base nas informações que recebemos da empresa que iríamos trabalhar imenso”, disse.

Segundo Miguel Prata, o que os filiados, num total de 114 pilotos, pretendem é “mudar o salário base”.

“Nós temos um salário base e horas variáveis, quisemos alterar essa forma de pagamento e aumentar o salário base para ter estabilidade. Tentámos estabelecer pontes, aproximar posições, e chegou um ponto que a TAAG dizia que era impossível”, referiu o líder do SPLA de Angola.

O sindicalista salientou que, com base nas informações sobre a empresa, a resposta da entidade empregadora não é aceitável.

“Com base nas informações sobre a companhia, a gente trabalha aqui, achamos que é possível, embora a administração diga que não, e estamos nesse impasse. Para ter uma noção, há bilhetes que a TAAG pratica que são superiores ao trabalho dos pilotos, nós achamos um contrassenso”, sublinhou.

Miguel Prata destacou à ‘Lusa’ que a paralisação é total, realçando que a Lei da Greve não permite serviços mínimos para este caso, “a não ser que haja catástrofes, apoio militar, o que não é o caso”.

“Aliás, a própria Lei da Greve não prevê substituição e a TAAG neste momento já está a incorrer em irregularidades, ilegalidades. No dia de hoje já houve um avião que saiu para [província de] Cabinda, mas vamos pôr uma providência cautelar para repor a legalidade, porque Angola é um país com leis e as leis devem ser cumpridas. A lei da greve não prevê substituição dos grevistas, portanto, não conseguimos perceber como é que as entidades aeronáuticas preveem que haja esta substituição”, destacou.

Esta semana, as partes estiveram reunidas de segunda-feira até quinta-feira, mas não chegaram a acordo, por isso, acrescentou o presidente do Sindicato dos Pilotos de Angola, a greve foi “o último recurso”.

 

  • Foto de abertura © Tony Mangueira Fernandes

 

 

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