Notícia em actualização – última: 13h50 UTC
Um Airbus A320-200 da companhia de baixo custo Air Asia (registo indonésio PK-AXC, MSN 3648), que fazia o voo QZ8501, entre os aeroportos de Surabaia, na Indonésia, e de Changi, na cidade de Singapura, desapareceu nesta manhã de domingo, dia 28 de Dezembro, com 162 pessoas a bordo, 155 passageiros e sete tripulantes.
O avião deveria ter aterrado esta manhã, pelas 08h30 locais (00h30 em Portugal e Angola, 21h30 de sábado no horário de Brasília), no Aeroporto Internacional de Changi, em Singapura. O avião partira de Surabaia, pelas 05h35 locais. A torre de controlo de tráfego aéreo, em Singapura, confirmou que perdeu o contacto com a aeronave pelas 07h24 locais.
A última comunicação do com o aparelho, foi com o comandante da aeronave a solicitar a mudança de 32.000 para 34.000 pés de altitude de navegação, devido ao mau tempo que estava a passar na zona de voo, anunciou há pouco um porta-voz do Ministério dos Transportes de Singapura. Informadores aeroportuários esclareceram que o piloto tinha pedido para subir até 38.000 pés.
O avião deverá ter caído no Mar de Java, muito próximo da costa da ilha de Singapura, e já em território singapurenho, segundo as estimativas dos serviços de socorro, pelo que foi deslocado para o local previsível da queda um elevado número de meios navais e aéreos.
A Air Asia já confirmou na sua página de Facebook, cuja visualização foi mudada para negro, que perdeu hoje o contacto com o aparelho. “Neste momento, infelizmente, não temos mais informações sobre os passageiros e os tripulantes que seguiam a bordo. Iremos manter todas as partes informados sempre que forem disponibilizadas mais informações”, informou a companhia de baixo custo.
A companhia disponibilizou já um número de telefone de emergência para prestar todas as informações possíveis a familiares e amigos dos passageiros e tripulantes.
O comandante da aeronave tinha 6.100 horas de voo na sua caderneta de voo e o primeiro-oficial piloto 2.275 horas.
Segundo o manifesto do voo, seguiam a bordo 155 passageiros, sendo 136 adultos (81 homens e 76 mulheres), 16 crianças e um bebé. Curiosamente, este voo registou um número assinalável de ‘no-shows’ (passageiros que não se apresentaram para o embarque) que totaliza 23 adultos e três crianças.
A Air Asia, com sede na Malásia, é atualmente a maior companhia de baixo custo da Ásia, com cerca de 150 aviões A320-200 na sua frota e mais 200 encomendados. Foi fundada em 2001 e é presidida pelo empresário malaio Tony Fernandes, que se julga ter ascendência portuguesa, e possui diversas subsidiárias por países asiáticos como a Tailândia ou a Indonésia. Nunca tinha registado um desastre fatal.
Este é o terceiro grande acidente de avião que ocorre este ano com um avião comercial de passageiros relacionado com a Malásia. Depois do desaparecimento de um Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines (voo MH370) a 8 de Março que viajava entre Kuala Lumpur e Pequim com 239 pessoas a bordo e ainda não encontrado, e da queda de outro Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines (voo MH17) abatido por um míssil sobre a Ucrânia, a 17 de Julho, que viajava de Amsterdão para Kuala Lumpur, em que morreram todos os 298 ocupantes, é a vez deste A320 da Indonesia Air Asia, uma companhia cujo capital social pertence em 49% à Air Asia, com sede em Kuala Lumpur, capital da Malásia.
Flight Radar divulga última posição exacta do avião desaparecido
Depois de algumas especulações nas redes sociais, o Site ‘Flight Radar’ divulgou a sua versão oficial: o sinal ADS-B foi perdido quando o avião sobrevoava o Mar de Java a cerca de 32.000 pés de altitude, de acordo com a imagem a seguir.
A imagem seguinte, de radar, que foi divulgada nas redes sociais, podemos ver o #QZ8501 a 36.300 pés de altitude, a deslocar-se a uma velocidade de apenas 353 nós (‘ground speed’), o que pode evidenciar que o avião estava a entrar numa situação de voo muito complicada e numa zona de muita instabilidade atmosférica.
Este foi o primeiro acidente com perdas de vidas humanas da Air Asia. A companhia esteve banida de voar na Europa no ano de 2007, por razões de segurança e inconformidades técnicas, de acordo com os procedimentos da Autoridade de Segurança Aérea Europeia. Contudo, esse impedimento foi levantado em 2010.
A Airbus publicou na manhã deste domingo, dia 28 de Dezembro, uma nota de imprensa em que lamenta o sucedido e diz acompanhar, neste momento, as preocupações da companhia e de todos os familiares das pessoas envolvidas no acidente. Explica também que o avião desaparecido tinha sido entregue à Air Asia em Outubro de 2008. Tinha dois motores CFM 56-5B. Até à data tinha realizado cerca de 23.000 horas de voo e 13.600 voos.
Segundo piloto do avião era de nacionalidade francesa
A Indonesia Air Asia confirmou que o primeiro oficial do voo, posto que também é designado por co-piloto ou segundo piloto, é de nacionalidade francesa. Na lista de ocupantes dos 162 ocupantes do aparelho desaparecido, passageiros e tripulantes, figuram 155 indonésios, três sul-coreanos, um francês, um britânico, um malaio e um natural de Singapura. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de França confirmou a nacionalidade do tripulante. O ‘Foreign Office’ em Londres anunciou que a bordo seguia um cidadão britânico, cuja família já foi avisada do acontecimento. Como não consta na lista da companhia, presume-se que se trate de um passageiro que tenha dupla nacionalidade.
Buscas suspensas até às 06h00 da manhã de segunda-feira
O ministro dos Transportes da Indonésia, à direita na foto, anunciou que as buscas aéreas foram interrompidas e que só serão retomadas pelas 06h00 da manhã de segunda-feira. Serão 22hoo de hoje, domingo, em Portugal e Angola, e 19h00 de hoje em Brasília, devido à diferença horária.
As últimas indicações dos radares e a verificação de todos os elementos disponíveis apontam para que o avião da Air Asia tenha desaparecido em território indonésio, e não de Singapura, como inicialmente referimos. O último contacto por radar verificou-se 42 minutos depois da partida do Aeroporto Internacional de Juanda, em Surabaya,a segunda maior cidade indonésia, no leste da ilha de Java. Pelos cálculos feitos, se se verificou queda do aparelho no mar, ele deve ter se despenhado entre as ilhas do Bornéu e de Belitung, no Mar de Java, em águas da Indonésia.
Está na área um grande dispositivo naval, constituído por navios da Marinha de Guerra da Indonésia, Singapura e Austrália. Até ao anoitecer estiveram também aviões e helicópteros dos três países. Contudo a chuva intensa e a má visibilidade dificultaram as operações. Se o tempo permitir, haverá reforço de meios aéreos, disse o ministro indonésio, país que está a coordenar as buscas.