A administração da SATA Holding indicou a diretora financeira Carla Neto para administradora executiva interina da empresa de forma a garantir a “gestão diária” e a reestruturação do grupo enquanto “aguarda a nomeação” de um novo Conselho de Administração.
Num comunicado interno, a que a agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ teve acesso nesta quinta-feira, dia 2 de maio, o restante Conselho de Administração composto por João Crispim, Bernardo Oliveira e João Carlos Roque, anuncia que “cooptou a doutora Carla Neto, atualmente responsável pela direção financeira da empresa, para assumir o cargo de administradora com o pelouro financeiro”.
A cooptação surge na sequência das saídas de Teresa Gonçalves da liderança do grupo SATA e do administrador com o pelouro financeiro, Dinis Modesto.
“O Conselho de Administração da SATA Holding ficará, assim, com quatro membros efetivos prosseguindo com o trabalho que vinha sendo realizado, de reestruturação e de recuperação das companhias desta empresa emblemática e essencial para os Açores”, lê-se na mensagem.
O Conselho de Administração nomeou também Bernardo Oliveira e João Crispim como administradores não executivos, enquanto Carla Neto fica como administradora executiva das companhias do grupo de “forma a garantir o quórum necessário para o total funcionamento dos conselhos de administração destas empresas”.
“O Conselho de Administração encontra-se operacional e capaz de assumir a gestão diária do grupo e das participadas, aguardando a nomeação, por parte do acionista, o Governo Regional dos Açores, de um novo conselho de administração”, garante a administração.
Os administradores revelam estar confiantes de que “será possível continuar o excelente trabalho” que tem vindo a ser realizado, “aumentando a produtividade e maximizando os resultados”.
O Conselho de Administração diz ainda acreditar “que será possível manter o caráter, o compromisso com a qualidade, a excelência, a clareza e o foco de todos na viabilização do grupo”.
“[O Conselho de Administração] acredita que iremos aumentar o trabalho em equipa e manter a alta produtividade deste grupo e das suas companhias. Para além do passado que assumimos com orgulho, é altura de olharmos para o futuro promissor em que todos acreditamos”, é ainda referido na nota.
Em 9 de abril, o Governo da Região Autónoma dos Açores anunciou que a presidente do grupo SATA, Teresa Gonçalves, demitiu-se do cargo por “motivos pessoais”.
A demissão de Teresa Gonçalves aconteceu quatro dias depois de ter sido conhecida a decisão final do júri do concurso público para a privatização da Azores Airlines.
Em declarações à agência de notícias ‘Lusa’, em 30 de abril, no último dia à frente do grupo, Teresa Gonçalves realçou que “não abandonou” a SATA.
“Cumprimos o nosso trabalho da forma mais profissional que conseguíamos. Quando achamos que já não conseguimos efetivamente agir de acordo com os nossos princípios e as nossas crenças e a forma como efetivamente achamos que devemos agir, pronto, temos que nos retirar”, disse a ex-presidente do Conselho de Administração da SATA Holding.