A Aero Vip – Companhia de Transportes e Serviços Aéreos, S. A., concessionária da exploração da rota interna entre as duas ilhas da Região Autónoma da Madeira, já solicitou o código IATA, através do qual passarão a ser mais fáceis as reservas dos agentes de viagens para os seus voos.
Trata-se de um passo importante no desenvolvimento e modernização da companhia aérea portuguesa que integra o Grupo Seven Air, que tem sede em Lisboa, e que desde o início do ano ocupou o lugar da SATA Air Açores nas ligações aéreas regulares entre as ilhas da Madeira e do Porto Santo, arquipélago português no Oceano Atlântico.
A companhia açoriana recusou, no final de 2013, o convite do Governo da República para continuar os voos naquela rota enquanto decorria um concurso internacional para habilitação de uma companhia aérea para a concessão da ligação interna, que pela sua prioridade e necessidade de garantir a acessibilidade entre as duas ilhas, está sujeita a Obrigações de Serviço Público (OSP).
A Aero Vip tinha a anterior experiência de uma linha regular entre Lisboa e o Norte de Portugal, além de ter equipamentos apropriados para satisfazer as necessidades da rota, pelo menos numa primeira fase do serviço, que era substituir a SATA Air Açores, companhia que exigiu uma revisão das cláusulas pecuniárias, pois disse que não poderia continuar a fazer o serviço pelo mesmo preço, numa fase transitória de cinco meses, enquanto decorriam as formalidades do concurso público internacional.
Terminados os prazos foram apurados os concorrentes qualificados e entre os dois participantes – a Aero Vip e a SATA Air Açores – apenas ficou qualificada a empresa do grupo português Seven Air, declarada vencedora, logo que verificados os respectivos requisitos e aspectos legais pelas autoridades reguladoras.
A Aero Vip ganhou a concessão da linha entre as duas ilhas, e o contrato decorre desde o dia 1 de Junho de 2014 e até 31 de Maio de 2017. Segundo o regulamento do concurso internacional a companhia irá receber do Estado Português uma indemnização compensatória de 5,5 milhões de euros durante os próximos três anos.
Na ilha do Porto Santo, que desde Junho passou a ser o início e fim das viagens, ficou baseado um avião Dornier Do228, de 18 lugares, que a companhia colocara em Janeiro passado no Aeroporto Internacional da Madeira para esta rota, na fase de transição, em que trabalhou por ajuste directo com o Governo, face à irredutibilidade da SATA Air Açores em continuar a assegurar o serviço, nos termos propostos pelas instâncias governamentais de Lisboa.
Companhia procura parcerias e melhor ocupação da linha
Sérgio Leal, director comercial do grupo aeronáutico em que está integrada a Aero Vip, garantiu ao ‘NewsAvia’ que a empresa tem capacidade e pessoal qualificado para cumprir este contrato e que está a tratar de melhorar a prestação de serviço, procurando activar acordos com outras companhias aéreas que facilitem o acesso ao Porto Santo de passageiros de fora da Região. Ao mesmo tempo solicitou a adesão ao código IATA, que deverá estar activo no próximo mês, e que se trata de uma ferramenta que facilitará o acesso dos agentes de viagens ao programa de reservas da companhia que, por sua vez, sofreu também melhoramentos. Até ao início deste ano, em termos de gestão de voos e de passageiros, a companhia estava apenas preparada para acudir a dois voos diários entre Lisboa e o Norte de Portugal.
Actualmente a Aero Vip faz quatro voos entre as ilhas do Porto Santo e da Madeira, num cenário diferente, em que tem também de deslocar pessoal especializado, nomeadamente pilotos e técnicos de manutenção, para a ilha do Porto Santo. O número de frequências diárias é mais do que suficiente para o movimento que hoje a linha tem. Nos melhores dias de ocupação, neste mês de Julho, poucas vezes ultrapassou a média de 30 por cento.
De qualquer maneira, e porque há também outros projectos desenhados para a linha, com a cooperação da entidade concessionária dos Aeroportos da Madeira, a Aero Vip está a considerar a substituição do bimotor turbo-hélice Dornier que actualmente faz estas viagens por um novo aparelho que, além de mais moderno, oferecerá um maior conforto aos utentes, revelou-nos Sérgio Leal.
A experiência deste Verão e as futuras negociações com parceiros do sector serão cruciais para o futuro da linha inter-insular que actualmente tem praticamente metade dos passageiros que tinha há seis anos. Um movimento que continua a cair, mas que poderá ser recuperado com o incremento do tráfego turístico.
- Foto: Paulo Brito