As informações que chegam da Líbia não são muito claras, mas diversas fontes indicam que o Aeroporto de Tripoli, capital do país, se encontra com marcas muito profundas dos bombardeamentos com roquetes e metralhadoras pesadas que tem sido alvo desde o fim-de-semana passado. No terreno, além dos estragos materiais, contam-se 15 mortos e cerca de 30 feridos.
O dia de mais intenso tiroteio terá sido a segunda-feira, dia 14 de Julho, em que as milícias anti-governamentais, que pretendem dominar os aeroportos líbios, destruíram a torre de controlo e a maioria dos aviões que se encontravam parqueados, entre eles um executivo pertencente à Buraq Air e um Airbus A330 de uma outra companhia aérea líbia.
Trabalhadores franceses que conseguiram fugir ontem, dia 15 de Julho, da Líbia, em dois helicópteros Puma, saindo do Aeroporto Militar de Mitiga, nos arredores de Tripoli, em direcção à ilha de Malta, disseram aos jornalistas que cerca de 90% dos aviões estão destruídos ou com partes destruídas, sendo muito improvável a sua recuperação. Calculam que sejam cerca de uma dúzia de aeronaves comerciais de passageiros.
O Aeroporto de Tripoli tinha sido encerrado no domingo por três dias a todo o tráfego aéreo, face às ameaças e aproximação das milícias que são apoiadas por antigos partidários do ex-líder Khadafi. A ordem das autoridades governamentais e militares levou à suspensão imediata dos voos das companhias nacionais Libyan Airlines e Afriqiyah Airways.
Tunisair, British Airways, Egyptair, Turkish Airlines, Air Malta e Royal Jordanian já tinham cancelado os seus voos desde sábado, face ao recrudescimento dos combates. No Aeroporto de Tripoli costumam fazer escala aviões comerciais de outras companhias. Além das já referidas têm voos regulares para a capital líbia mais as seguintes companhias internacionais : Royal Air Maroc, Air Algérie, Syphax Airlines, Alitalia, Emirates Airlines e Qatar Airways.
O Aeroporto de Tripoli já tinha sofrido um violento ataque das milícias em Junho de 2002. Nessa altura diversas companhias suspenderam voos, mas foram regressando logo que a situação se normalizou. Quem nunca mais voltou à capital líbia foi a Austrian Airways que suspendeu indefinidamente os seus voos entre Viena de Áustria e a Líbia.
- Actualizado pela notícia: ‘Milícias e exército disputam controlo do Aeroporto de Tripoli (Líbia) pelo 5º dia’