A companhia portuguesa de transporte aéreo Aerovip, integrada no Grupo Sevenair, transportou mais de 135 mil passageiros nos 16 mil voos que realizou entre a Madeira e o Porto Santo, nos últimos quatro anos em que operou como concessionária das ligações aéreas entre as duas ilhas, sujeitas a Obrigações de Serviço Público. Primeiro por ajuste direto, durante cinco meses, para colmatar a saída da SATA Air Açores, já em final de contrato, depois por um período de concessão de três anos e no último ano, até ao passado dia 4 de junho, também por ajuste direto com o Governo da República que se atrasou no lançamento do concurso internacional.
A revelação é feita num comunicado distribuído pela empresa, em que faz um balanço da atividade na Região Autónoma da madeira e em que deixa um “agradecimento especial”. Na hora da despedida, a empresa do Grupo Sevenair, de capital 100% português, manifesta a “todos os porto-santenses e madeirenses a sua profunda estima e consideração”.
“Foram quatro anos e cinco meses de verdadeiro serviço público, marcados por um serviço de excelência e pelo cumprimento integral de todas as obrigações contratadas”, refere a empresa.
“Foram mais de 16.000 trajectos a ligar as ilhas do Porto Santo e da Madeira, transportando mais de 135.000 passageiros. Depois do último voo, impõe-se um agradecimento especial a todos os habitantes de Porto Santo que acolheram as nossas tripulações e o nosso pessoal de terra, que aí conviveram de forma extraordinária, sempre bem recebidos, verdadeiramente integrados”, sublinhou a Aerovip.
O término da concessão – que vinha sendo assegurada desde Janeiro de 2014 – resultou da adjudicação efectuada pelo Governo da República a uma empresa concorrente (Binter), na sequência de um concurso público internacional.
À companhia espanhola que a partir desta terça-feira, dia 5 de junho, assegura a ligação Madeira-Porto Santo, a Aerovip deseja “a melhor sorte na execução do contrato”: “a Aerovip acredita que apresentou a melhor proposta para continuar a servir os Porto Santenses e os Madeirenses. Oportunamente, apresentou os seus argumentos. Como é público e conhecido, não foram atendidos”, refere.
A Aerovip termina afirmando a “disponibilidade para voltar a servir os madeirenses e porto-santenses assim se verifique essa necessidade”, lembrando que no passado assegurou a ligação aérea quando a rota ficou sem operador (abandono da SATA Air Açores).
“Quem se recordar das circunstâncias em que iniciámos a operação em 2014, na sequência do abandono da prestação do serviço, por parte do então concessionário, perceberá bem o sentido e alcance destas palavras, não se esquecendo que a Aerovip, que enquanto lhe foi pedido, nunca lhes falhou”, conclui o comunicado da companhia portuguesa que tem também a concessão de uma linha aérea que liga diariamente o Norte ao Sul de Portugal.
- Foto © Rui Sousa