O governo da República da África do Sul já escolheu as três entidades, de entre as cerca de três dezenas que se habilitaram, para serem parceiros estratégicos no relançamento da companhia aérea de bandeira nacional, que se encontra parada desde outubro do ano passado.
O nome do parceiro escolhido será anunciado no próximo mês, revelou o ministro da Empresas Públicas, Pravin Gordhan, numa entrevista ao canal de televisão da ‘Bloomberg’.
A SAA – South African Airways registou perdas desde 2011, apesar dos muitas entregas de dinheiro por parte do Estado, tendo em vista o saneamento financeiro da empresa aérea. A 14 de julho de 2020, foi adoptado um plano de resgate de 10,5 mil milhões de rands (725 milhões de dólares). O plano previa o despedimento de 2.700 trabalhadores (cerca de 60% da sua força de trabalho). No final de agosto, quase 3.200 trabalhadores optaram finalmente pelo despedimento voluntário.
Segundo fontes governamentais e após o entendimento com o parceiro estratégico que será escolhido em março próximo, a SAA deverá retomar as operações com uma frota inicial de seis aeronaves. Presentemente, a companhia procura vender as restantes aeronaves, num total de 11 Airbus A340 (seis A340-600 e cinco A340-300). A SAA deixou de fazer voos regulares em março de 2020 e no mês de outubro parou totalmente, depois de ter cancelado os voos de repatriamento e de carga que estava a fazer, por falta de tesouraria. A falência tinha sido declarada em dezembro de 2019.
Embora o governo sul-africano não adiante os nomes dos finalistas, alguns meios de comunicação nacionais têm referido que a Ethiopian Airlines e a Fairfax Africa Holdings, uma subsidiária de fundo de investimentos canadiano, estão na lista de pré-seleccionados.
Mas Tewolde GebreMariam, o presidente executivo da empresa etíope, está a levantar dúvidas. GebreMariam afirmou recentemente, numa conferência digital da CAPA, que as discussões com o governo sul-africano “têm sido um desafio até agora”. “Ainda estamos a falar, mas eu diria que não fez o progresso que deveria”, disse o responsável pela Ethiopian Airlines.
Entretanto, o processo de salvamento da SAA tem enfrentado agora vários obstáculos, incluindo a mobilização dos fundos necessários para a sua implementação. Dos 10,5 mil milhões de rands (10,5 mil milhões de dólares) necessários, os diretores confirmaram na conferência da CAPA que tinham recebido 7,8 mil milhões de rands (539 milhões de dólares), dos quais 5 mil milhões de rands (345 milhões de dólares) foram recebidos a 12 de fevereiro.
O conselho de administração provisório, que foi criado em dezembro passado, está também a tratar com os sindicatos, especialmente o sindicato dos pilotos, que está a intensificar os procedimentos legais a fim de obter um melhor acordo compensatório.
- Com informações do site panafricano de notícias de aviação ‘Newsaero‘