Os grupos Etihad Aviation, dos Emirados Árabes Unidos e com sede no Abu Dhabi, e TUI, com sede na Alemanha, e que é presentemente o maior distribuidor de pacotes de viagens de turismo na Europa, confirmaram que estão a conversar sobre a criação de um grupo de transporte aéreo de turistas da Alemanha, Áustria e Suíça, ponto a ponto, para destinos de férias no mundo. O projeto envolve as companhias aéreas Air Berlin e TUIfly.
A imprensa económica internacional noticia que o negócio poderá ter sido acertado no início desta semana, faltando agora as devidas autorizações dos conselhos de administração dos dois grupos e das agências reguladoras (da aviação civil e da concorrência) da União Europeia e dos países que serão afetados por esta fusão.
A Air Berlin irá entrar no novo grupo de transporte aéreo, dedicado a voos de lazer, com 35 aviões e a TUI colocará toda a frota das suas seis companhias subsidiárias (TUIfly, Thomson, TUIfly Nordic, Jetairfly, Corsair e TUIfly Netherlands) que somam cerca de 140 aparelhos, o que perfaz um total de 175 aeronaves.
Esta parece ser a melhor solução para a Etihad reverter o grande investimento que fez na companhia alemã e ao mesmo tempo o Grupo TUI ter um maior controlo sobre as suas companhias aéreas, das quais a TUIfly, registada na Alemanha, e a Thomson, com registo britânico, são as maiores e mais conhecidas.
Responsáveis pela Etihad já se manifestaram satisfeitos com a solução e comentaram que esta é uma ótima oportunidade de juntarem o grande prestígio do grupo aéreo dos Emirados Árabes Unidos com a grande capacidade de distribuição e vendas da TUI.
A Air Berlin anunciou na semana passada que ia desfazer-se de 40 aviões da sua frota, alugando-os à companhia alemã Lufthansa, além do despedimento de 1.200 empregados e da reestruturação da suas rede de voos. São medidas que visam emagrecer a companhia e, nomeadamente, os seus custos, dada a grande dívida que a Air Berlin contraiu desde 1012 e que está calculada em cerca de 1,2 mil milhões de euros. Até junho deste ano a companhia aérea alemã estava com um saldo negativo de 927 milhões de euros, numa ocasião em que a maioria das companhias aéreas europeias classificadas adentro do segmento onde aquela atua – viagens regulares de baixo custo e voos fretados por operadores turísticos – apresentam bons resultados de exploração.
A Etihad é detentora de 29,21% da Air Berlin, parcela adquirida em 2012, quando a companhia alemã estava numa situação muito incómoda, quase a fechar portas. O grupo árabe comprou também o programa de milhas e fidelização da Air Berlin há quatro anos e, em 2014, voltou a colocar mais 300 milhões na companhia, a título de empréstimo.
Se este negócio se concretizar estamos perante um retorno a uma situação que se vivia, especialmente na Europa, nos anos 80 e 90 do século passado, em que existiam companhias aéreas fortes dedicadas ao segmento de transporte denominado charter, porque eram séries de voos afretados pelos grandes operadores turísticos em ligações ponto a ponto, nomeadamente de aeroportos europeus para a Bacia do Mediterrâneo, Norte de África e ilhas Atlânticas.