Air China e SAA retomam ‘code share’ com os olhos postos no Brasil

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A South African Airways (SAA) anunciou nesta terça-feira que assinou com a Air China um acordo de code share, o que habilita a companhia aérea sul-africana a compartilhar os voos da companhia chinesa, nomeadamente os da nova rota Joanesburgo-Pequim, inaugurada recentemente. A partir de Pequim, os passageiros da SAA poderão continuar viagem, com o mesmo bilhete, e sem necessidade de recolha intermédia da bagagem, para Chengdu, Xangai, Hangzhou e Chongqing.

A Air China por seu lado, e por via do mesmo acordo pode transportar os seus passageiros com destino a outras cidades sul-africanas com escala em Joanesburgo, utilizando voos da SAA para a Cidade do Cabo, Durban e Port Elizabeth.

As vendas estão já abertas, mas o acordo só será efetivo a partir de 29 de outubro de 2015, refere um comunicado distribuído pela principal companhia aérea da República da África do Sul.


Retoma de uma parceria que começou com os voos da SAA para a China

O primeiro protocolo de parceira entra as duas companhias foi lançado em março de 2012 quando a SAA começou a voar entre Joanesburgo e Pequim. Voltou a ser reforçado agora, depois de a SAA ter desistido dos voos para a capital chinesa devido a problemas financeiros que obrigaram a uma reestruturação das suas rotas. Contudo, a assinatura de um acordo estratégico com a maior companhia aérea chinesa, constituída por capitais públicas, colocou novamente a SAA e a Air China lado a lado, com a retoma da cooperação que já no passado existiu e que agora se desenvolverá e fortalecerá.

Um dos objetivos deste novo acordo é o reforço da presença da Air China no continente africano, onde hoje se desenvolvem grandes negócios com a intervenção de empresários chineses e projetos de cooperação coordenados pelo Governo de Pequim. Uma presença que está a ser desenhada com uma ampla participação da South African Airways. Acresce que a República Popular da China é também o maior parceiro comercial da República da República da África do Sul e as duas companhias aéreas integram a Star Alliance, a maior aliança mundial da aviação comercial.

 

Expansão da rede da Air China pretende ligar países dos BRIC

Outro ponto interessante da agenda entre a África do Sul e a China é a redução das distâncias entre países do grupo denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com economias em desenvolvimento e que necessitam de estar mais próximos, em termos de acessibilidades. O vice-presidente da Air China, Wang Mingyuan, é citado no comunicado de apresentação da parceria, como tendo afirmado que o Brasil está mais perto da China, via Joanesburgo. Um acordo com um pé na China, outro na África e os olhos no Brasil. Tem toda a razão, se formos a olhar à distância em milhas voadas, e aos mercados que estas conexões alcançam.

A SAA voa para São Paulo (Brasil) duas vezes por dia, em voo direto de Joanesburgo, e a Air China também aterra em São Paulo três vezes por semana, numa das suas rotas mais extensas, com escala em Madrid (Espanha).

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