Os pilotos da Air France mantêm a greve, mesmo depois de o CEO da companhia Air France KLM, Alexandre de Juniac, ter anunciado esta segunda-feira, em entrevista ao diário francês ‘Le Monde’, que o projecto da Transavia Europe (nova low cost pan-europeia) foi adiado até ao final do ano.
De acordo com um comunicado do SNPL (maior sindicato de pilotos da Air France), citado pela imprensa francesa , os pilotos encaram a “última proposta” divulgada por Alexandre de Juniac, como “uma provocação”, tendo em conta que já completaram oito dias de greve e que consideram que o que está em causa é a “deslocalização (…) de empregos de pilotos de direito francês”.
O comunicado diz ainda que a proposta divulgada pelo referido CEO não passa de uma “cortina de fumo” pois não dá garantias adicionais “nem resolve qualquer problema”.
Assim, mantém-se a perspectiva de continuação da greve pelo menos até à próxima sexta-feira, dia 26, que a companhia já indicou deverá levar ao cancelamento de cerca de 52% dos seus voos amanhã, dia em que estima cerca de 57% dos seus pilotos farão greve.
De acordo com o site da ANA, estão cancelados os três voos Air France, de amanhã, com partida de Lisboa para o Paris (Charles de Gaulle): AF1025 (11h55), AF1625 (15h25) e o AF1925 (18h40).
Relativamente às chegadas a Lisboa, de voos da Air France, o site indica, para hoje, dia 22, o cancelamento do AF1124 (22h20), e, para amanhã, o cancelamento do AF1024 (11h05) e do AF1924 (17h50).
Na entrevista ao diário “Le Monde”, Alexandre de Juniac revela que ele e o CEO da Air France, Frédéric Gagey, fizeram “uma última proposta” ao SNPL, que consiste em ganhar tempo “para um diálogo aprofundado sobre o projecto “de criação de filiais da Transavia na Europa”.
Na entrevista, Alexandre de Juniac admite que a greve tem penalizado fortemente a Air France, ilustrando que as perdas com sete dias de greve dariam para comprar quatro aviões de médio curso.
“É urgente sair da situação”, conclui o executivo, que também diz que a sua “última proposta” não pode esperar por uma resposta dos sindicatos, que entretanto fizeram saber que mantêm a greve.
O jornal “le Monde” diz ainda que em contrapartida da suspensão do projecto da Transavia Europe, a Administração quer o acordo do sindicato para aumentar a frota da Transavia França de 14 para 37 aviões, avisando que se não obtiver esse compromisso então terá que denunciar o acordo em vigor relativamente à criação dessa companhia, pelo qual os pilotos podem optar pela low cost sem quebra de remuneração.
O que está em causa é qual a resposta da companhia ao avanço das low cost que lhe ‘esmagam’ a rentabilidade do seu médio curso, o qual, segundo os dados que publicou, perdeu 243 milhões de euros em 2013.
Os pilotos, por sua vez, argumentam que não querem uma “deslocalização” dos seus postos de trabalho.
- Com base em notícia publicada no portal ‘PressTUR’ parceiro editorial do ‘NewsAvia’ em Portugal