A Air Italy contestou nesta quinta-feira, dia 19 de abril, a posição das companhias norte-americanas Delta Air Lines, American Airlines e United Airlines, que solicitaram ao Presidente Donald Trump o bloqueio das rotas da empresa aérea italiana para os Estados Unidos da América, alegando concorrência desleal.
A Air Italy voa desde há dois anos e é a nova designação da antiga ‘Meridiana’, sendo controlada em 51% pela Alisarda, outra companhia aérea italiana que se tinha fundido com a Meridiana, mas permanece como holding, sendo os restantes 49% tutelados pela Qatar Airways, empresa aérea global, propriedade do Estado do Catar, no Médio Oriente.
As três companhias norte-americanas alegaram, em posição pública publicada em jornais dos EUA, que a Air Italy está a ser financiada por fundos públicos, incorrendo assim em concorrência desleal, o que representa um perigo para a manutenção dos postos de trabalho e para a saúde financeira da aviação comercial nos Estados Unidos.
Em janeiro do ano passado, precisamente por estar dependente de fundos públicos, a Qatar Airways comprometeu-se a não voar para os EUA, e a não utilizar outros direitos, nomeadamente do denominado regime de ‘quinta liberdade’. As companhias norte-americanas consideram que a Qatar por ser sócia e por estar a financiar a Air Italy está a romper o compromisso. A companhia italiana tem voos diretos de Milão para Nova Iorque e Milão, na costa leste, e abriu neste mês mais dois destinos: São Francisco e Los Angeles, na costa oeste dos EUA.
A Air Italy justifica-se que, desde quando era Meridiana, voa há 56 anos para os EUA e manifesta-se perplexa por ser uma empresa, com apenas 13 aviões, que amedronta o maior grupo de companhias aéreas dos EUA com um total de mais de 2.500 aeronaves comerciais ao seu serviço. Além do mais, acrescenta a companhia italiana, a Air Italy não tem acordo de code-share com a Qatar Airways nos voos para os Estados Unidos.