A companhia aérea Air Timor, que suspendeu esta semana, a ligação entre os aeroportos de Dili, na República de Timor-Leste, e de Denpasar, ilha de Bali, na Indonésia, responsabilizou o governo de Timor-Leste pelas decisões que conduziram a que tivesse um prejuízo de 3 milhões de dólares em 2016, informou a empresa em comunicado divulgado na capital timorense e divulgado pela agência noticiosa portuguesa Lusa.
Em concreto, adianta a empresa no comunicado, a decisão de conceder a uma terceira empresa a licença para voar para Dili levou a uma situação de excesso de capacidade na rota, a taxas de ocupação de menos de 50% e a consequentes perdas diárias de 10 mil dólares.
“Ao longo dos últimos oito anos, construímos uma das melhores empresas de Timor, fomos um grande contribuinte e apoiante do turismo e do governo”, refere Abessy Bento, diretor da Air Timor, para acrescentar “num ano a política do governo destruiu-nos.”
Inácio Moreira, vice-ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações – que é referido por nome na nota da Air Timor – rejeitou à agência noticiosa Lusa qualquer responsabilidade sua ou do governo no que considera ser “problemas internos de uma empresa privada.”
“A Air Timor é uma empresa privada e o governo não tem responsabilidade por empresas privadas, apenas trata do processo de regulação”, disse ainda o vice-ministro.
No comunicado, a Air Timor afirma que a decisão governamental de conceder no final de 2015 licença de operação à NAM Air (subsidiária da Sriwijaya Air, que já efetuava voos entre Timor-Leste e Bali) levou à excessiva capacidade na rota.
A Air Timor anunciou ainda ter reduzido de três para dois os voos por semana entre Timor-Leste e Singapura.