O Airbus A400M, avião de transporte militar de nova geração, obteve a certificação da capacidade de lançamento simultâneo de paraquedistas e completou o desenvolvimento industrial total da capacidade de lançamento com um envio máximo de 116 militares utilizando ambas as portas laterais (58 + 58), anunciou na manhã desta quarta-feira, dia 3 de junho, a fábrica europeia de aviões.
O teste de certificação de combate, concluído em maio de 2020 em coordenação com a Direcção-Geral do Armamento francesa (DGA) e apoiado pelas Forças Armadas da França e da Bélgica, combinou uma extensa campanha de paraquedismo com mais de 1.000 saltos com a implementação de novas metodologias de desenvolvimento de capacidades baseadas no registo e modelação 3D de trajetórias de salto.
“Esta certificação completa um percurso desafiante para alcançar a capacidade da próxima geração. A conquista reforça o valor estratégico que o A400M já oferece às forças aéreas e à sociedade, como ficou demonstrado durante a pandemia da covid-19”, afirmou Dirk Hoke, diretor-geral da ‘Airbus Defence and Space’. Com a conclusão deste marco decisivo, o A400M destaca-se na utilização de tropas aerotransportadas, podendo levar 116 paraquedistas que podem saltar dois de cada vez da rampa em queda livre, ou através das portas laterais, com abertura automática dos paraquedas, o que é um desempenho que incrementa consideravelmente as possibilidades operacionais.
Airbus A400M já está certificado para voo automático a baixa altitude
Na semana passada, a Airbus tinha anunciado que o A400M obteve a certificação para voo automático a baixa altitude, oferecendo um desempenho único para uma aeronave de transporte militar da sua categoria.
O programa de certificação, que decorreu em abril na área dos Pirenéus e do centro da França, envolveu operações até 500 pés, incluindo transições de voos de baixa altitude para outras operações como a entrega aérea.
Esta primeira fase de certificação corresponde às operações com Condições Meteorológicas Visuais, ou seja, com visibilidade da tripulação. Haverá uma segunda fase incluindo as Condições Meteorológicas Instrumentais, sem visibilidade, a certificar no segundo trimestre de 2021.
“Inerente ao domínio dos caças, e sendo uma aptidão única para uma aeronave de transporte militar, os voos automáticos a baixa altitude melhoram a capacidade de camuflagem e sobrevivência do A400M, tornando o avião menos detetável em áreas hostis e menos suscetível a ameaças durante o voo para operações militares essenciais como a entrega aérea, o reabastecimento aéreo, a logística ou outras operações especiais específicas”, revelou a Airbus num comunicado de imprensa.
- A imagem de abertura mostra o lançamento de paraquedistas durante a campanha de testes de voo sobre a zona de queda de Ger Azet, no sul de França, em setembro de 2019.