A construtora aeronáutica europeia Airbus apresentou na manhã desta segunda-feira, dia 17 de junho, na abertura do Paris Air Show, em Le Bouget, França, o seu novo avião de médio/longo curso, que, segundo a empresa, completa a família A320neo. Com pompa e circunstância e com a vantagem do lançamento vir acompanhado de uma encomenda firme de 23 aviões por parte da empresa de leasing ‘Air Lease Corporation’, uma velha aliada da Airbus. Ficou ainda a promessa de que chegarão nesta semana mais encomendas.
Trata-se do A321neoXLR, um avião sobre o qual se criaram grandes perspectivas, nomeadamente após a paragem, em março passado, dos Boeing 737 MAX, um tipo de aparelho que compete na mesma gama, mas agora com a vantagem do novo Airbus vir disputar um mercado em desenvolvimento que é o das linhas transoceânicas, com aeronaves de menor capacidade e com autonomia até 4.700 milhas náuticas (cerca de 8.700 quilómetros), mais 15% do que o alcance dos mais modernos A321neoLR, que estão a sair de fábrica desde o início do corrente ano. Terá capacidade para transportar entre 180 a 220 passageiros, de acordo com as configurações interiores escolhidas pelas companhias aéreas.
Na apresentação da Airbus dois pontos a reter: o novo avião oferece um produto mais económico às companhias aéreas, com menos 30% consumo de combustível do que o mais recente modelo A321neoLR (já ao serviço da TAP Air Portugal); e um alcance maior, permitindo, por exemplo, um voo direto, sem escalas técnicas, entre Barcelona (Espanha) e Chicago (EUA).
A Airbus diz que o novo A320neoXLR permitirá a abertura de novas rotas em mercados de crescimento exponencial, como são os casos da Índia para a Europa e da China para a Austrália, num segmento de mercado de baixo custo, mas com a vantagem do novo modelo poder ser equipado com as novas cabinas Airspace by Airbus, que permite a configuração das várias classes da aviação clássica, com o mesmo conforto e comodidade dos aviões de dois corredores.
As mudanças operadas no novo A321neoXLR foram destacadas ao nível dos trens de pouso modificados para aguentar um peso máximo de 101 toneladas, algumas modificações ao nível das asas, e a criação de tanques suplementares de combustível, na parte traseira do avião, com capacidade para abastecer mais 12.900 litros de combustível, para o que a estrutura da aeronave será reforçadas nessa zona.
A previsão da Airbus é de que o novo modelo de corredor único para voos de médio/longo curso, esteja a voar, já com as necessárias certificações, em 2023, e que os primeiros aparelhos sejam entregues aos seus clientes no ano seguinte.
Christian Scherrer, diretor comercial da Airbus, disse na manhã desta segunda-feira, que a construtora nada adiantará, por enquanto, sobre o preço de catálogo do novo avião, mas garantiu que, mesmo sem preço acordado, haverá outras encomendas durante esta semana no ‘Paris Air Show’.