A Airbus ganhou uma patente para um avião hipersónico, mas o sucessor do Concorde movido a hidrogénio não deverá sair tão cedo da mesa de desenho. A proposta do construtor europeu reduziria a viagem de Paris a Tóquio, de 12 para 3 horas. As suas asas em delta (asas delta góticas) fazem recordar as curvas elegantes do Concorde. A ideia, publicada pela primeira vez em 2011, usará três tipos de motor para subir, passar e voar acima da atmosfera, embora descole de uma pista normal. Foi assim que obteve a aprovação da agência norte-americana de patentes.
Este conceito veio a lume quando companhias comerciais como a Virgin Galactic começaram a fazer planos para voos espaciais de baixa altitude. Ao anunciar este projecto a Airbus apontou para uma entrada ao serviço daqui a 30 ou 40 anos, mas a patente destina-se a registar uma tecnologia que poderá ser útil para outros desenvolvimentos.
Ao subir quase na vertical, os designers do novo “veículo ultra-rápido” esperam evitar o choque supersónico que limitou a utilização do Concorde além do Atlântico Norte, onde voou duas vezes à velocidade do som durante quase 30 anos. O avião hipersónico descolaria com um motor de jacto normal, antes de ser impulsionado por foguetões numa subida a pique que colocaria o avião acima da atmosfera. Motores ramjet, usados actualmente nos mísseis, levariam então o avião para altitudes de 30 quilómetros onde voaria a uma velocidade de cruzeiro até Mach 4.5 (cerca de 4780 km/h) ou 4,5 vezes a velocidade do som. Depois, os turbojets seriam reactivados para permitir a aterragem. A Airbus está a trabalhar em dois projectos de aviões hipersónicos, um com parceiros japoneses e outro envolvendo um russo e um australiano, com o objectivo de conseguir velocidades até Mach 6.
Alguns dos desenhos patenteados pela Airbus: