American Airlines prepara-se para retomar voos para Caracas

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Os voos comerciais diretos entre aeroportos dos Estados Unidos da América e da Venezuela poderão ser retomados em breve, como resultado da abertura dos dois regimes, após as conversações iniciadas na primeira semana do corrente mês.

Analistas políticos na América Latina admitem que há, neste momento, uma oportunidade para reativação das ligações aéreas entre os dois países, bem como dos negócios e trocas comerciais que eram comuns atá há quatro anos quando se agravaram as relações diplomáticas e políticas entre os dois países, com a Venezuela fortemente apoiada pela Rússia, Irão e China.

O primeiro passo foi a deslocação a Caracas de uma missão constituída por funcionários superiores da Administração dos EUA, nos passados dias 5 e 6 de março, que tiveram uma reunião com o Presidente Nicolas Maduro, durante a qual foram alcançados alguns progressos, conforme reconheceram as partes. Na ordem dos trabalhos destacou-se a questão energética, já que o petróleo venezuelano faz falta aos norte-americanos e os campos petrolíferos venezuelanos operam com grandes problemas técnicos, desde a saída dos EUA em 2019. Dias depois, Maduro libertou alguns norte-americanos que estavam presos na Venezuela acusados de participarem num golpe contra o regime de Caracas. Um gesto de boa vontade apreciado na Casa Branca.

Nesta quinta-feira, dia 24, o Presidente dos EUA, Joe Binden, autorizou a companhia petrolífera norte-americana Chevron a retomar as suas operações em território venezuelano.

Em 2019 a Administração norte-americana impôs uma série de sanções contra a Venezuela, incluindo a não realização de negócios com a Petroleos de Venezuela (PDVSA), empresa estatal venezuelana que se dedica à exploração, produção, refinação, comercialização e transporte de petróleo da Venezuela, que, segundo as notícias dos últimos meses, está com uma produção bastante baixa devido a problemas operacionais.

A reentrada da Chevron é garantia da reestruturação da PDVSA e de uma maior produção, bem como do fim do boicote ao petróleo da Venezuela, país que tem as maiores reservas mundiais no hemisfério norte.

A Chevron é a segunda maior empresa petrolífera dos Estados Unidos e a sétima maior do mundo, e é a última grande empresa norte-americana ainda a operar no sector petrolífero na Venezuela, onde está ativa há décadas e tem cerca de 8.000 empregados.

Interessa saber como a Venezuela irá lidar com a questão da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, o grande aliado de Maduro, mas o certo é que nos Estados Unidos as companhias aéreas nacionais já se aprontam para voltarem à rota de Caracas. Na ilha Margarita continuam a aterrar aviões com turistas russos que escolhem as praias das Caraíbas para umas férias ao sol.

A American Airlines, que sempre teve grandes ligações a Venezuela, deverá ser a primeira, com voos da Flórida, onde vivem hoje mais de quatro milhões de venezuelanos. Dizem haver programação pronta e slots nos aeroportos de Miami e de Nova Iorque disponíveis, apenas à espera da reabertura oficial dos voos. Uma decisão que será tomada por ambos os lados nos próximos dias.

Entretanto, a companhia norte-americana continua a levar os seus clientes para o Panamá de onde a companhia nacional, a Copa Airlines, os leva até território venezuelano. Mas, por poucos dias, garantem os que têm acompanhado as negociações. Os norte-americanos, contra os quais tanto o regime de Maduro se bateu, estarão de volta a Caracas.

 

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