O presidente executivo da ANA disse nesta terça-feira, dia 29 de outubro, que a empresa está a analisar com a comunidade aeroportuária uma solução de transporte para trabalhadores, após ter conhecimento de casos de funcionários da empresa de handling Menzies que dormem no aeroporto.
“Os casos que têm acontecido estão, muitas vezes, relacionados com ausência de transporte público para chegar ao aeroporto, o handling [assistência em aeroportos], começa muito cedo e acaba muito tarde, […] estas pessoas, às vezes, vão para o aeroporto na véspera”, afirmou Thierry Ligonnière, que foi ouvido na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, a pedido do partido Chega, para esclarecimentos sobre o funcionamento e a segurança nos aeroportos.
O presidente executivo da ANA disse que teve conhecimento destes casos de trabalhadores da Menzies (antiga Groundforce) através do requerimento para a audição parlamentar desta terça-feira e vincou que tal não se verifica nem na empresa que lidera, nem na Portway, a outra empresa de handling, da qual a ANA é a única acionista.
“Não é uma situação satisfatória, dormir no sítio onde trabalhamos, é preciso encontrar soluções e a ANA está a analisar com a comunidade aeroportuária uma forma de chegar ao aeroporto muito cedo, para as pessoas evitarem soluções que não são dignas”, avançou Thierry Ligonnière.
O responsável da gestora aeroportuária vincou que a assistência a companhias aéreas é uma atividade de “muito pouca margem económica, num contexto bastante concorrencial” e com salários baixos.
“Fica assegurado que aquilo que possamos fazer para evitar estas situações, fá-lo-emos, nomeadamente em relação à parte dos transportes, […] assegurando a sustentabilidade económica da empresa, porque é o que está também aqui em jogo, a manutenção do emprego”, acrescentou.