Um avião Antonov An-12 da Força Aérea do Sudão caiu nesta quinta-feira, dia 2 de janeiro, cerca de cinco minutos depois de descolar do aeroporto civil de Geneina, capital administrativa do Darfur Ocidental, perto da fronteira com o Chade..
A bordo seguiam 18 pessoas que morreram carbonizadas segundo as informações das agências das Nações Unidas que trabalham no Sudão. Entre os ocupantes contavam-se três juízes e mais oito civis, incluindo quatro crianças.
O desastre verificou-se numa zona que tem sido teatro de violentos confrontos entre comunidades locais, nas últimas semanas, e que já provocaram dezenas de mortos, nomeadamente mulheres e crianças. Uma nova onde de violência na região do Darfur provocou na última semana de dezembro a deslocação de cerca de oito mil habitantes, segundo as agências da ONU.
O aparelho, como todos os restantes da Força Aérea do Sudão, era muito antigo, estimando-se que já tenha cerca de 60 anos de serviço.
Infelizmente, os acidentes de avião são comuns no Sudão. Os registos de segurança mostram a ocorrência de diversos desastres no País, não só com aparelhos ao serviço das Forças Armadas e de grupos de milícia sustentados pelos rivais ‘senhores da guerra’, como comerciais. A maioria com aviões construídos nos países do leste da Europa, nas repúblicas socialistas antes integradas na extinta União Soviética, com dezenas de anos de serviço, e que, em diversos países africanos, onde se verifica a intervenção dos programas de proteção alimentar das Nações Unidas, continuam a voar em operações de transporte de passageiros e de carga internacional.
Em 8 de julho de 2003, um avião comercial Boeing 737-200 da Sudan Airways colidiu com uma colina ao tentar fazer um pouso de emergência, matando 115 pessoas, incluindo oito estrangeiros. Apenas uma criança sobreviveu neste acidente, tendo sido levada para o Reino Unido onde foi submetida a intensos tratamentos médicos dado o seu estado de saúde.
- Na imagem de abertura vemos um Antonov A-12 da Força Aérea Russa. Trata-se de uma versão mais moderna, mas no fundamental semelhante ao que se despenhou no Sudão.
- Notícia atualizada às 13h00 UTC de sábado, dia 4 de janeiro de 2020.