Um atentado terrorista contra uma base militar no Quénia, onde estão estacionados militares e equipamentos dos Estados Unidos da América, na madrugada deste domingo, dia 5 de janeiro, resultou na destruição de, pelo menos, nove aeronaves, a maioria norte-americanas, sendo sete aviões e dois helicópteros, todos militares. Um comunicado das Forças Armadas dos EUA, conhecido ao fim do dia, informa que morreram três norte-americanos, sendo um militar e dois civis contratados.
O ataque terá sido desencadeado por um grupo de militantes do grupo terrorista islâmico Al-Shabab, cerca das cinco horas da madrugada locais (08h00 UTC), quando um grupo de terroristas rodeou as instalações da base e começou a disparar fogo de metralhadoras e a atirar bombas para a plataforma de estacionamento, onde normalmente se posicionam as aeronaves militares dos EUA.
Na base aeronaval de Camp Simba, na província (condado, na designação administrativa anglo-saxónica) de Lamu, a cerca de 460 quilómetros da cidade de Nairobi, capital do Quénia, está instalado o denominado Comando África das Forças Armadas dos Estados Unidos da América (USAFRICOM), onde estão baseados, em permanência, desde há 16 anos, efetivos em número desconhecido e aeronaves de vigilância, helicópteros e drones com capacidade de ataque, além de diversos veículos militares. No mesmo local funciona uma base de treinos das Forças de Defesa do Quénia.
Segundo informação veiculada na página de Facebook da revista holandesa ‘Scramble Magazine’, que se dedica a temas de aviação, pelo menos, sete aviões de asa fixa e dois helicópteros que estavam estacionados foram destruídos e arderam durante o ataque, sendo a maioria dos EUA. Foram identificados alguns dos aparelhos: um Dornier C-146A Wolfhound, um Bombardier RO-6A, um Beechcraft King Air e dois helicópteros UH-60 Black Hawk.
Ainda durante a manhã deste domingo, dia 5 de janeiro, o grupo radical islamista Al-Shabab, braço de Al-Qaeda no continente africano, que opera com base na vizinha Somália, reivindicou a autoria do atentado, através das redes sociais. O grupo adianta que além da destruição dos aviões, também matou 17 militares norte-americanos e nove quenianos, o que não teve qualquer confirmação do lado dos comandos militares dos EUA ou do Quénia.
A primeira reação oficial conhecida sobre o ataque perpetrado na madrugada pelos terroristas a mando do Al-Qaeda, foi da parte queniana, tendo o Ministério da Defesa Nacional informado que os atacantes foram repelidos, tendo quatro deles morrido na reação das forças militares residentes na base. O comunicado governamental, divulgado de manhã, dizia que não tinha havido vítimas do lado dos militares.
A Autoridade de Aviação Civil do Quénia (KCAA) informou ao fim da tarde que o Aeroporto de Manda Bay, contíguo à base militar, e que é também utilizado pelos forças norte-americanas, já foi reaberto ao tráfego civil, após o ataque terrorista. Na parte civil não se verificaram estragos. Neste aeroporto operam as companhias Air Kenya, Fly540, Fly Sax e Skyward Express, em voos domésticos.
Este atentado acontece no final de uma semana de violentas e sangrentas disputas em território somali. Um atentado com um camião carregado de explosivos, da autoria do grupo Al-Shabab, provocou na quinta-feira passada 79 mortos. Forças dos EUA baseadas em Camp Simba tinham atacado uma coluna de guerrilheiros na sexta-feira passada e morto vários elementos do grupo. O atentado da madrugada é visto como mais uma vingança dos extremistas islâmicos contra os EUA e não, como chegou a ser referido por alguma imprensa internacional, como um ato de vingança de forças pró-iranianas, contra o assassínio do general Qassem Soleimani, em Bagdad, num ataque dos EUA, por ordem do presidente Donald Trump.
- As fotos que publicamos são de autoria desconhecida e surgiram durante o dia em contas do Facebook e do Twitter. Algumas estão também publicadas em sites de jornais do Quénia.
- Texto atualizado às 21h00 UTC