Um Boeing 737-700 das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) interrompeu o voo e regressou à pista após embater num bando de pássaros na quinta-feira, dia 19 de setembro, quando seguia para Maputo, sul do país, anunciou a empresa aérea em comunicado.
O voo TM 191, com destino à capital moçambicana, Maputo, saiu inicialmente de Lichinga, na província de Niassa, norte de Moçambique, pelas 11h00. O destino final era Maputo, no sul do país, mas tinha uma escala em Nampula. Contudo, por motivos técnicos, o comandante decidiu divergir a aeronave para o Aeroporto Internacional de Nacala. Depois de uma escala de cerca de três horas, o aparelho foi assistido por técnicos da companhia e dado como apto para prosseguir viagem. Foi após a descolagem em Nacala que o Boeing 737-700 da LAM embateu num bando de pássaros e regressou à pista.
“[O voo] divergiu para Nacala, de onde, no momento de partida para Maputo, a aeronave embateu em pássaros”, o que motivou o seu regresso à pista”, lê-se no comunicado da companhia de bandeira moçambicana, consultado pela agência portuguesa de notícias ‘Lusa’.
Segundo a LAM, o avião aterrou em segurança no aeroporto de Nacala, no norte de Moçambique, com todos os passageiros e tripulantes ilesos, tendo sido também enviada uma equipa de técnicos da companhia para avaliar o estado da aeronave.
Os passageiros, cerca de uma centena, foram levados na noite de quinta-feira para Maputo pela aeronave que transportou os técnicos da LAM a Nacala e os restantes passageiros, que seguiam para a cidade de Nampula, foram acomodados e darão continuidade à sua viagem nesta sexta-feira, dia 20, indica o comunicado da companhia.
A LAM avançou ainda que devido à indisponibilidade da aeronave, em Nacala, o voo TM 157, do percurso Nampula-Maputo, que tinha sido marcado para quinta-feira, foi reprogramado para esta sexta-feira.
A LAM opera 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare, Lusaca, e Cidade do Cabo, e Lisboa é o único destino intercontinental.
Entre abril de 2023 e setembro deste ano, a LAM esteve sob gestão da empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA), que foi chamada para implementar uma estratégia de revitalização da companhia após anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.
A aeronave que sofreu o incidente, matrícula C9-BAR, é o único Boeing ao serviço da companhia aérea de Moçambique, que, neste momento, trabalha com uma frota reduzida. Tem 20 anos de atividade, tendo feito o seu primeiro voo ao serviço da companhia norte-americana Aloha Airlines, em junho de 2004. Está ao serviço da LAM desde abril de 2019. O avião já descolou de Nacala na manhã desta sexta-feira, em voo ferry (sem passageiros) com destino a Maputo, onde será sujeito a uma inspeção mais pormenorizada no departamento de Engenharia e Manutenção da companhia aérea.
A LAM, segundo anunciou recentemente o seu novo presidente executivo, está em processo de reestruturação operacional e de renovação de frota.