A AZUL Linhas Aéreas Brasileiras está a negociar a aquisição da operação do grupo LATAM Airlines no Brasil, anunciou na tarde desta quarta-feira, dia 26 de maio, a agência de notícias financeiras ‘Reuters’, que cita uma fonte ligada ao processo.
A LATAM Airlines, que já fechou este ano a sua filial na Argentina, é a maior companhia aérea da América Latina e resultou da fusão das companhias LAN Chile e TAM Linhas Aéreas, em 2012. A TAM era uma companhia privada criada no Brasil pelo comandante Rolim Amaro na década de 1980, após ter adquirido uma empresa regional denominada TAM – Táxi Aéreo de Marília, fundada no Estado de São Paulo, em 1961 com uma frota de aviões monomotores.
A LATAM Airlines, incluindo as suas subsidiárias no Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Peru, e a transportadora LATAM Cargo, está em processo de falência, protegido de credores, desde há um ano. Está em curso o plano de reestruturação e de recuperação, com perspectivas pessimistas, já que há poucos investidores internacionais com interesse nas companhias aéreas sobretudo neste período de pandemia. Além do mais a atual dimensão da LATAM obriga a um investimento muito grande, pelo que as dificuldades são maiores, face à incerteza de evolução do mercado.
A Azul, controlada pelo conhecido empresário David Neeleman, manifestou interesse já nesta semana em ir às compras, e defendeu uma maior consolidação do mercado do transporte aéreo no Brasil, pelo que faz todo o sentido esta aquisição, consideram analistas junto da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), onde as ações da Azul subiram nesta quarta-feira cerca de cinco por cento.
O jornal brasileiro ‘Valor Económico’ já tinha apontado o interesse da Azul na LATAM Airlines Brasil, tendo adiantado que a companhia de Neeleman estava já em contacto com as empresas de leasing que têm aviões alocados à empresa concorrente.
Durante a pandemia, desde há cerca de um ano, a Azul e a LATAM trabalharam em code-share no Brasil, um acordo que foi quebrado nesta semana pela Azul, alegando que tinha planos de consolidação no mercado nacional que não se coadunavam com essa partilha.
Por seu lado um porta-voz da LATAM Airlines tinha dito que não havia negociações com a Azul, e que não havia intenção de vender qualquer das companhias que integram o grupo.
O segredo costuma ser (e continua a ser) a alma do negócio, e estas declarações temos escutado diversas vezes, em outras ocasiões com diversos protagonistas… à beira da concretização de aquisições.