Azul já terá dispensado e demitido cerca de três mil trabalhadores

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A Azul Linhas Aéreas Brasileiras demitiu na semana passada funcionários de terra, que trabalham na manutenção de aeronaves e nos aeroportos, informou Patrícia Gomes, coordenadora da região sul do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), citada nesta segunda-feira, dia 6 de julho, pela agência de notícias ‘Estadão’, de São Paulo.

Segundo a sindicalista, mais de mil trabalhadores já foram dispensados em todo o País, nem todos ligados ao SNA. As negociações com a companhia para um acordo estão paralisadas e o sindicato pediu a intermediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o tema.

A agência diz que os funcionários que trabalham na manutenção de aeronaves e aeroportos no País foram os primeiros impactados pela redução dos quadros na companhia aérea, devido à situação de pandemia.

A Azul informou o ‘Estadão’ que a crise da covid-19 impactou os negócios em todo o mundo, especialmente as companhias aéreas, e que como todas as empresas do setor, está a procurar soluções para enfrentar os desafios, que incluem a preservação dos empregos dos seus tripulantes. A companhia disse ainda que reuniu todos os seus esforços para preservar o máximo de posições possível.

Um exemplo claro, segundo a Azul, é o acordo fechado na semana passada com o Sindicato dos Aeronautas e as negociações individuais com mais de dez sindicatos que representam os aeroviários, preservando assim mais de cinco mil empregos.

De acordo com a Azul, mais de dois mil tripulantes aderiram a programas voluntários acordados com os sindicatos, como os de incentivo à demissão, aposentadoria, e licença não remunerada.  Junto com a denúncia do SNA os números de dispensados e demitidos já atinge os três mil trabalhadores.

“Mesmo com todas essas ações, parte dos tripulantes está deixando a empresa nessa semana. A companhia ressalta que está cuidando do assunto da melhor forma possível e oferecendo todas as garantias previstas em lei. Além da multa sobre o FGTS, os tripulantes que aderiram aos programas de incentivo à demissão e aposentadoria também terão a continuidade do benefício de plano de saúde e o direito à utilização da malha aérea da Azul. Ainda, todos os tripulantes que deixarão a empresa terão prioridade na recontratação quando a companhia retomar seu crescimento”, disse a empresa em nota.

Jason Ward, vice-presidente de Pessoas e Clientes da Azul, explicou que para atravessar essa crise muitas decisões difíceis precisam ser tomadas, mas está confiante de a companhia voltará a crescer em um futuro breve e que poderá recontratar muitos desses tripulantes.

Segundo o Sindicato dos Aeroviários, a companhia aérea está tomando medidas unilaterais para a dispensa dos trabalhadores e aproveitando esse momento de crise para se estruturar. Patrícia Gomes disse à agência de notícias que a intenção da empresa, já demonstrada em conversas anteriores, é deixar de operar 27 bases em aeroportos pequenos de todo o País. Alguns funcionários foram dispensados por telefone, de acordo com a sindicalista.

Sérgio Dias, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores na Aviação Civil, disse que já foram fechados acordos de demissão voluntária e licença remunerada com a Azul em Porto Alegre, Recife e Guarulhos. As demissões de agora podem ser pontuais, mas Sérgio Dias admitiu que a baixa procura por esses planos pode resultar em mais dispensas nos próximos dias.

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