O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) do Brasil anunciou nesta terça-feira, dia 26 de setembro, a criação de uma linha de crédito de 736 milhões de euros para financiar novas exportações do fabricante aeronáutico Embraer para os Estados Unidos da América.
“No ano passado a Embraer exportou nove aeronaves. Eu agora estou anunciando publicamente que estou exportando mais 14. Um valor total de 778 milhões de dólares [736 milhões de euros] de financiamento do BNDES. Nós tivemos ao longo da história um avanço extraordinário, foram 1.287 aeronaves exportadas financiadas pelo BNDES”, afirmou Aloísio Mercadante, citado na imprensa local.
O principal banco de desenvolvimento do país é um dos principais acionistas da fabricante brasileira, que usará o crédito para fornecer novas aeronaves para a companhia aérea norte-americana Republic Airways, empresa feeder da American Airlines.
As declarações foram feitas num evento organizado pelo banco público que abordou estratégias para a indústria de defesa, que é responsável por 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e, segundo a entidade, gera 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos e é responsável por 2,2% do emprego formal no país.
O ministro da Defesa brasileiro, José Múcio, disse aos jornalistas durante o evento que a Embraer já exportou neste ano aeronaves no valor total de mil milhões de dólares (946 milhões de euros), valor que ultrapassa os 628 milhões de dólares (594 milhões de euros) de 2022.
Múcio adiantou que, no segmento da defesa, a Embraer está a negociar a venda de três cargueiros militares KC-390 para a Suécia, país que o ministro visitará para acompanhar a negociação, e que a Hungria e a Áustria já mostraram interesse em adquirir este tipo de aeronaves.
Portugal comprou recentemente cinco destes aviões, no âmbito do contrato celebrado em 2019, entre a Embraer e o Governo português, que prevê a entrega de cinco aeronaves KC-390 à Força Aérea Portuguesa – uma por ano, a partir de 2023, pelo montante de 872 milhões de euros.