Boeing 777-200 da Malaysia desaparecido há dois dias

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Passadas mais de 48 horas sobre o desaparecimento do Boeing 777-200 da Malaysia Airlines sobre o Golfo da Tailândia, em viagem de Kuala Lumpur (Malásia) para Pequim (China), nada foi ainda revelado acerca do seu paradeiro, nem das 239 pessoas que seguiam a bordo.

É natural que depois deste intervalo de tempo as hipóteses para encontrar o avião e os ocupantes a salvo são cada vez mais remotas. Contudo, como é norma na aviação comercial, nada se poderá revelar sem que existam confirmações e o avistamento de eventuais destroços ou indícios devem ser ignorados em termos de informação pública, até que uma entidade certificada conclua sobre as partes encontradas.

Hoje ao fim da tarde, um barco vietnamita avistou o que poderá ser um destroço do avião, mas a luminosidade já não deu para certificar o objecto que flutuava e tudo está adiado para o nascer do novo dia (menos 8 horas que a hora GMT, que é a que vigora no Reino Unido e em Portugal, por exemplo).

Contudo, há factos que indiciam outros contornos para a causa do desaparecimento e que começam a ganhar alguma consistência entre os investigadores. O facto de viajarem três passageiros com passaportes falsos e de um outro também ser suspeito de pertencer a uma organização terrorista, conduzem a um enquadramento diferente da avaria mecânica ou de erro de pilotagem, duas causas possíveis neste eventual acidente aéreo, já que em termos de estado do tempo tudo estava normal.

Dois europeus, um italiano e outro austríaco, foram dados como passageiros, quando efectivamente não estavam a bordo. Os seus passaportes tinham sido roubados na Tailândia, em ocasiões diferentes. Um outro cidadão chinês, dado como passageiro no voo, também não viajou. Foi encontrado na sua casa na China, se bem que o passageiro embarcado tenha utilizado um nome e número de passaporte igual ao seu. Sobre um quarto elemento, de nacionalidade malaia, recaem suspeitas de que esteja ligado a uma organização terrorista. As polícias da Malásia e da China estão a trabalhar conjuntamente no apuramento destas questões, trabalho a que se juntaram a Interpol e o FBI dos EUA.

Cinco países envolvidos nas buscas

Hoje as buscas foram alargadas, tomando como válida uma hipótese de que o Boeing 777-200 da Malaysia poderia ter invertido a marcha por um motivo qualquer. Dezenas de aviões e de navios de cinco países estiveram todo o dia na zona em que foi perdido o contacto com o avião. As buscas serão retomadas ao alvorecer. Então envolvidos meios da Malásia, China, Singapura, Vietname e Austrália. A Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) esclareceu que só depois de serem encontradas algumas evidências do acidente é que serão determinados os países que se juntarão na comissão de inquérito, de acordo com a legislação internacional e protocolos negociados sob a égide da ICAO.

Além da polémica criada pela identidade dos passageiros, outra questão está a atrair as atenções das autoridades: a hora em que o avião deixou de ser visto nos radares. Ontem o presidente executivo da Malaysia Airlines disse que o avião foi referenciado pela última vez na zona de informação de voo de Subang às 02h40 locais. A Direcção-Geral de Aviação Civil da Malásia indicou que o avião esteve nos radares até às 01h30. O director executivo do portal sueco ‘Flight Radar24’, que monitoriza através da Internet o espaço aéreo mundial, disse ao jornal ‘The Star’ de Kuala Lumpur que o voo MH370 deixou de ser assinalado nos radares às 01h21. Finalmente o site ‘The Aviation Herald’, com bastante prestígio na informação de acidentes e incidentes com aeronaves comerciais, publicou que o avião deixou os radares aos 40 minutos de voo. A hora de partida do avião de Kuala Lumpur foi às 00h41 (hora local).

Grupo de apoio constituído pela MAS chegou a Pequim

Entretanto chegou hoje a Pequim uma representação da Malaysia Airlines (MAS) que é composta por 93 pessoas, a maioria assistentes sociais e voluntários que irão prestar apoio às famílias dos passageiros que seguiam no avião. Ignatius Ong, presidente executivo da Firefly, uma companhia subsidiária da MAS para os voos regionais, chefia a delegação. Disse numa conferência de imprensa que o único propósito da deslocação é dar apoio às famílias, comungar do seu sofrimento e explicar-lhes o que está a acontecer.

 

Quanto aos passageiros do avião desaparecido sabe-se agora que seguia a bordo um grupo de 24 artistas chineses e famílias que tinham se deslocado a Kuala Lumpur num programa de intercâmbio e outro grupo de funcionários de uma empresa norte-americana, da ‘Freescale Semiconductor’, dos quais 12 malaios e oito chineses.

 

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