Boeing 777 aterrou num atol do Pacífico – Avião perdeu potência e estava a ficar sem energia

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Um Boeing 777 da United Airlines fez na madrugada de sexta-feira passada, dia 11 de Julho, uma aterragem de emergência num atol do Oceano Pacífico, devido a uma avaria considerada grave. A bordo seguiam 335 passageiros e 13 tripulantes que nada sofreram, além do incómodo de serem levados para uma ilha inóspita do Pacífico, onde esteve instalada uma importante base aeronaval dos Estados Unidos até 1993 e onde em Junho de 1942 foi disputada a famosa batalha de Midway, em plena II Grande Guerra Mundial, na qual os EUA infligiram uma pesada derrota aos japoneses.

O avião seguia viagem de Honolulu, no Hawai, para a ilha de Guam, quando repentinamente começou a cheirar a fumo dentro da cabina, ao mesmo tempo que a tripulação técnica se deparou com uma quebra de potência dos motores e mau funcionamento dos instrumentos de controlo a bordo. A opção foi procurar o aeroporto alternativo mais próximo, numa ocasião que o avião se encontrava no meio do Oceano Pacífico, a meio caminho entre o arquipélago do Hawai e a ilha de Guam.

A tripulação decidiu aterrar no atol de Midway, uma ilha de corais, entre a Asia e o Hawai, onde antes esteve instalada uma base militar norte-americana e por isso está dotada de uma pista de aterragem que praticamente ocupa toda a extensão da pequena ilha. O aeroporto ainda mantém serviços de acolhimento de aeronaves, pois muitas aterram para reabastecimento ou quando confrontadas com avarias no percurso. No dia 6 de Janeiro de 2004, por exemplo, um Boeing 777 da extinta Continental Airlines, com 294 pessoas a bordo em viagem para o Japão, também teve de descer no atol de Midway, devido a uma repentina baixa de pressão de óleo. Em Honolulu teve de descolar um avião que levou os mecânicos para repararem a avaria, refeições para os cerca de 300 pessoas que ali se encontravam e depois levou-os na continuação da viagem.

De acordo com relatos dos passageiros publicados hoje na imprensa dos Estados Unidos viveram-se alguns momentos de grande tensão dentro do avião da United, pois além do cheiro a fumo e já na parte final da aproximação verificou-se uma grande quebra de energia, assim como a tripulação confirmou que estava a ficar sem radares. “Muitos choravam, outros rezavam, outros confiavam nos pilotos”, segundo um dos passageiros. Os ocupantes do avião avariado ficaram alojados num ginásio da antiga base aérea, aguardando a chegada de um avião que os transportaria para Guam.

No atol de Midway, onde a base aeronaval já chegou a alojar cerca de cinco mil militares, vivem hoje apenas cerca de 60 pessoas, ligadas a serviços oficiais de conservação do ambiente e de preservação de espécies de aves marinhas.

A aterragem deste avião de longo curso na base voltará a lançar pressão sobre o Senado dos EUA, que ainda no ano passado pretendeu fechar o aeroporto do atol, alegando que era uma despesa desnecessária de oito milhões de dólares por ano. A imprensa norte-americana de hoje releva o facto da existência do aeroporto ter sido responsável pela aterragem com sucesso do Boeing 777 da United, cujos sistemas de controlo de voo “estavam em falência técnica na hora da aterragem de emergência”.

Uma passageira disse a um canal televisivo norte-americano que o avião tinha atrasado a partida cerca de cinco horas em Honolulu, onde já cheirava a fumo, e que tinha falado com uma hospedeira que se manifestou assustada por terem decidido continuar viagem.

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