A norte-americana Boeing anunciou que angariou cerca de 21.000 milhões de dólares (cerca de 19.400 milhões de euros) com a venda de ações, visando aumentar o capital social para reforçar a sua tesouraria.
A operação de reforço do capital ocorre numa altura em que a empresa teve o seu pior prejuízo trimestral em quatro anos, superior a seis mil milhões de dólares, num contexto de repetidos “acidentes e incidentes” com os seus aviões, e em que necessita reforçar o balanço financeiro à medida que procura evitar uma descida do seu rating para “lixo”, esclarece nesta terça-feira, dia 29 de outubro, a agência internacional de notícias financeiras ‘Bloomberg’, citando um comunicado da multinacional do sector aeroespacial.
A Boeing vendeu 112,5 milhões de ações ordinárias por 143 dólares cada. O preço das ações foi fixado com um desconto de cerca de 7,7% face ao preço de fecho na sexta-feira, dia 25 de outubro, das ações na bolsa de Nova Iorque (155,01 dólares). A empresa também vendeu 5.000 milhões de dólares em certificados de depósito.
Além disso, a Boeing está sobe forte pressão devido à greve de mais de 33.000 trabalhadores, que desde 13 de setembro paralisa as suas duas principais fábricas nos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, o grupo anunciou medidas para preservar a tesouraria, incluindo planos para cortar cerca de 10% da força de trabalho mundial (171 mil funcionários em 2023, isto é, 17 mil empregos).
A empresa está também a considerar vender as suas atividades no domínio aerospacial para reorientar a estratégia do grupo e reforçar a posição financeira, como foi noticiado na sexta-feira pela imprensa internacional.
Na quarta-feira (dia 23), os trabalhadores das linhas de montagem da região de Seattle (estado de Washington, no noroeste dos EUA) rejeitaram o último projeto de acordo social proposto pelo fabricante aeronáutico, sendo que mantêm a greve nas suas duas fábricas, a qual dura há mais de um mês.
Antes disso, a Boeing procurava recuperar da difícil situação causada pelos acidentes com o 737 MAX 8 em 2018 e 2019, que mataram 346 pessoas, e a pandemia de covid-19.