A Boeing vai pagar 2,5 mil milhões de dólares (2,04 mil milhões de euros) para resolver a acusação criminal de ter enganado os reguladores de segurança no desenvolvimento da aeronave 737 MAX. O modelo da Boeing foi protagonista de dois acidentes com vítimas mortais.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América informou nesta quinta-feira, dia 7 de janeiro, em Washington, que a Boeing aceitou o acordo que inclui o pagamento de indemnizações às famílias das vítimas do acidente, clientes da companhia aérea e companhias aéreas, assim como de uma multa.
O Boeing 737 MAX 8 começou a operar em 2017. Em 29 de outubro de 2018, uma aeronave da Lion Air, da Indonésia, mergulhou no Mar de Java. A Administração Federal de Aviação (FAA), órgão regulador dos EUA, e pelo qual muitos outros congéneres nacionais se guiam, deixou o modelo continuar a voar e, em 10 de março de 2019, outro MAX, desta vez da Ethiopian Airlines, também se despenhou. Nos dois acidentes morreram 346 pessoas, todas as que se encontravam a bordo.
Desde então, a Boeing redesenhou um sistema automático de controlo de voo e alterou o sistema de modo a utilizar sempre dois sensores, juntamente com outras alterações para tornar o sistema automatizado menos poderoso e mais fácil de ser sobreposto pelos pilotos.
Em novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês) aprovou as alterações da Boeing, e várias transportadoras, incluindo a brasileira GOL Linhas Aéreas, que foi a primeira, e a norte-americana American Airlines, voltaram a utilizar os aviões MAX nas suas linhas comerciais. Outras se seguirão nas próximas semanas.
- Texto corrigido no que se refere aos números da indemnização a 11 de janeiro de 2021