A construtora norte-americana Boeing confirmou hoje, dia 23 de Outubro, que vendeu à Iran Air, companhia aérea estatal da República Islâmica do Irão, cerca de 120 mil dólares em equipamentos diversos para os aviões da sua frota, furando assim as sanções que vinham a ser observadas pelo mundo ocidental desde 1979.
As vendas da Boeing foram autorizadas pelo Governo dos Estados Unidos em Abril passado, uma concessão temporária que foi feita também à General Electric para sobressalentes de motores de avião, mas cujas vendas se desconhecem. O governo de Obama, através do Departamento do Tesouro, emitiu as licenças de exportação, nomeadamente para manuais de voo, desenhos técnicos de aeronaves, cartas de navegação e equipamentos informáticos e de ajuda à navegação das aeronaves.
O Irão, no conjunto das suas companhias aéreas, voa uma frota muito antiga, com idades médias elevadíssimas, sendo das mais altas do mundo. Desde há 35 anos que está impedido de comprar aviões novos no Ocidnete. As sanções impostas ao Irão, desde 1979, não permitem a abertura do mercado com os países ocidentais, uma situação que poderá mudar muito em breve. Primeiro foi a crise despoletada pelo assalto à Embaixada dos EUA em Teerão, tomada por estudantes nesse ano, que mantiveram 52 norte-americanos reféns por 444 dias. Já nesta década, quando se verificava uma aproximação ao Ocidente, foi denunciado que o Governo do Irão estava a preparar em segredo o tratamento de urânio enriquecido para eventual fabrico de armas nucleares, com tecnologia adequada.
Depois de alguns anos de negociações, sob a supervisão das Nações Unidas, o Governo de Teerão terá renunciado a esses objectivos. Aliás, sempre disse oficialmente que a utilização do nuclear teria fins pacíficos e de apoio à população, nomeadamente no sector da energia.
Foi dado um prazo para verificação das boas intenções do Irão, que está a terminar, sem que se verifique ‘reincidência’ e se tudo seguir como se espera, os grandes construtores mundiais de aeronaves terão no país islâmico as portas abertas para grandes negócios. Com cerca de 70 milhões de habitantes, estima-se que apenas cerca de 100 aviões de médio e longo curso estejam actualmente aptos a voar, com todas as limitações impostas pelos muitos anos de serviço que registam.