A construtora aeronáutica canadiana Bombardier processou a fábrica de aviões japonesa Mitsubishi Heavy Industries, alegando que ex-funcionários da Bombardier repassaram segredos comerciais para ajudar o projeto de jatos regionais da Mitsubishi, revela a agência de notícias internacional ‘Reuters’.
A Bombardier entrou com a ação na sexta-feira, dia 19 de outubro, num tribunal federal em Seattle (EUA) contra a Mitsubishi Aircraft Corporation, a Aerospace Testing Engineering & Certification Inc. (AeroTEC) e vários ex-funcionários da Bombardier.
A AeroTEC está a trabalhar com a Mitsubishi Aircraft no processo de certificação por parte das agências reguladoras internacionais, nomeadamente a FAA (Federal Aviation Authority dos EUA), do novo avião a jato de passageiros de 90 assentos, que irá, eventualmente, competir com as gamas da Bombardier (o CSeries que agora é fabricado sob a designação Airbus A220) e da Embraer, que fabricam aeronaves de transporte regional adentro desse segmento de capacidade e autonomia.
O processo de 92 páginas alega que os funcionários da Bombardier que foram recrutados pela Mitsubishi ou pela AeroTEC furtaram documentos e dados confidenciais relacionados com a certificação de aviões no Canadá e nos Estados Unidos da América.
A Bombardier está a procurar obter uma liminar para evitar que a Mitsubishi Aircraft e a AeroTEC usem as informações que afirma terem sido levadas pelos ex-funcionários, que enviaram documentos importantes para as suas contas de e-mail pessoais antes de deixarem a Bombardier e se juntarem ao projeto da Mitsubishi.
Uma porta-voz da Mitsubishi Aircraft disse na segunda-feira que a empresa acredita que a alegação da Bombardier é “infundada”. “Vamos considerar os detalhes e provar isso no local apropriado”, acrescentou.
A AeroTEC não pôde ser contatada imediatamente para comentar o assunto neste domingo, dia 21 de outubro, refere o despacho da ‘Reuters’.
O programa de jatos regionais da Mitsubishi, o primeiro avião de passageiros do Japão desde a década de 1960, foi adiado por vários anos. A companhia aérea japonesa ANA – All Nippon Airways espera receber a primeira aeronave em 2020, em vez de 2013 como inicialmente previsto.