O Governo de Cabo Verde está “completamente aberto” aos voos de baixo custo e pretende intensificar um acordo nesse sentido com a União Europeia (UE), disse à agência noticiosa portuguesa Lusa a ministra das Infra-estruturas e Economia Marítima, Sara Lopes.
A ministra cabo-verdiana, que falava à margem da V Reunião da Comunidade das Autoridades de Aviação Civil Lusófonas (CAACL), que se realizou na semana passada na Cidade da Praia, não adiantou uma data para que tal aconteça e defendeu que a concorrência e as liberdades aéreas, para um país insular e pequeno como Cabo Verde, só trarão vantagens.
“Cabo Verde está completamente aberto. Estamos a propor à União Europeia um acordo vertical há algum tempo. Começámos com alguma timidez, mas queremos intensificar esse diálogo, porque pensamos que um país pequeno como Cabo Verde, com uma escala tão reduzida, só tem a ganhar com as liberdades aéreas”, afirmou.
Para Sara Lopes, o sector dos transportes aéreos não pode contar com políticas proteccionistas, por não servir os interesses do arquipélago já que não obriga a melhorar continuamente os serviços a prestar.
Além dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), apenas quatro companhias aéreas – TAP, TAAG, Air Senegal e Royal Air Maroc – têm voos regulares para o arquipélago.
“Neste mercado da aviação internacional só sobrevive quem faz bem, quem presta um bom serviço, quem garante segurança e regularidade. As liberdades aéreas são fundamentais para Cabo Verde, que quer ser um país com níveis de acesso muito mais elevados”, salientou a governante.
“Actualmente, Cabo Verde só tem ligações directas diárias para uma capital no mundo, que é Lisboa. Não temos mais. Esse indicador deve interpelar-nos a todos os níveis. É um nível de acessibilidade muito baixo e que teremos de resolver nos próximos anos. Acreditamos que o ’low cost’ é a solução para também aumentarmos o turismo e o nosso mercado de consumo”, concluiu a ministra das Infra-estruturas e Economia Marítima, Sara Lopes.