A companhia chinesa Beijing Capital Airlines (também designada por apenas Capital Airlines), empresa integrada no Grupo HNA (Hainan Airlines) voltou a voar para Lisboa depois de um interregno de quase um ano (suspendeu os voos em outubro de 2018).
A companhia chinesa inaugurou a rota Pequim-Xian-Lisboa, com um Airbus A330-300, matrícula B-8678, que fez o percurso num total de 13h42 de voo. A primeira etapa (voo JD429) foi entre Pequim e Xian (01h32) e depois direto a Lisboa (12h10). No voo de regresso (JD430) o tempo de voo total foi de 13h22, sendo 11h53 entre Lisboa e Xian e depois mais 01h29 até Pequim.
A ligação inaugural do novo voo da Beijing Capital Airlines para Lisboa aterrou em Lisboa pelas 17h41 de sexta-feira, dia 30 de agosto, com 202 pessoas, e o regresso do avião à China aconteceu às 22h58, com 177 passageiros.
Presentes na cerimónia inaugural que decorreu junto do portão de embarque/desembarque dos passageiros no Aeroporto Internacional Humberto Delgado, onde foi partido e servido o tradicional bolo, estiveram o conselheiro da Embaixada da China em Portugal, Xu Zhida; do vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, Filipe Silva; do diretor de Marketing da ANA Aeroportos, Nuno Costa, e da diretora-geral da Beijing Capital Airlines em Portugal, Coral Chen.
No primeiro ano que voou para Portugal, na rota Hangzhou-Pequim-Lisboa, a Capital Airlines transportou mais de 80 mil passageiros, segundo dados da empresa, que indicam ainda uma taxa média de ocupação do voo de 80% nos meses mais fracos, enquanto na época alta superou os 95%.
A Beijing Capital Airlines é detida em parte pelo grupo chinês HNA, que enfrenta uma grave crise de liquidez, depois de ter fechado 2017 com uma dívida de 598 mil milhões de yuan (cerca de 77 mil milhões de euros).
Em Dezembro passado, no entanto, o outro acionista do grupo, a firma estatal ‘Beijing Tourism Group’, aumentou a sua participação na companhia aérea, através de uma injeção de capital e aquisição de parte das ações detidas pela HNA.
Rota apoiada pelo Turismo de Portugal que quer mais turistas chineses em Lisboa
Esta rota, tal como a anterior feita pela companhia, é fortemente apoiada pelo Turismo de Portugal e pela ANA, no âmbito do fundo de apoio a novas rotas aéreas, que tem por principal objectivo atrair mais turistas a Portugal.
Filipe Silva, administrador do Turismo de Portugal, ao falar na inauguração da nova rota disse que um dos objectivos relativamente ao novo voo é “aumentar a estadia média” do turista chinês em Portugal
O responsável salientou também “a parte de compras, que é bastante sensível e apelativa”, acrescentando que “Portugal está cada vez mais capacitado não só na oferta de compras adaptadas ao turista chinês, mas também nas próprias condições em termos de ‘tax free’ [compras livres de impostos], que é um elemento que valorizam bastante”.
Dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que no primeiro semestre os estabelecimentos de alojamento turístico portugueses tiveram alojados 194,4 mil turistas residentes na China, que contribuíram para cerca de 301 mil dormidas.
Em número de turistas, Portugal teve um aumento da procura chinesa em 18,4%, mas em dormidas o aumento ficou em 15,9%, por efeito de um decréscimo da estada média em 2,1 para 1,55 noites.
“São três frequências semanais” num avião com capacidade para “300 pessoas”, o que representa “mais 50% que o avião anterior”, frisou o responsável, referindo-se à ligação aérea Lisboa-Pequim-Hangzhou, suspensa em outubro de 2018 e na qual a Beijing Capital Airlines.
A Beijing Capital Airlines está presentemente a operar três ligações semanais entre Lisboa, Pequim e Xian, às quartas, sextas e domingos, sendo os voos realizados em aviões A330-300.