Co-piloto forçou queda do A320 da Germanwings durante ausência do comandante

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O Procurador da República de Marselha, Brice Robin, anunciou nesta quinta-feira, dia 26 de Março, que o co-piloto do avião da Germanwings, Andreas Lubitz, acionou manualmente o comando de descida do avião Airbus A320 que se despenhou nos Alpes Franceses, na manhã desta terça-feira, dia 24 de Março.

O comandante tinha-se deslocado ao banheiro (WC/Lavabos) e o co-piloto, de nacionalidade alemã e com 28 anos de idade, aproveitou para forçar deliberadamente a descida do avião e o seu consequente embate nas montanhas dos Alpes Franceses, disse Brice Robin.

Primeira imagem do co-piloto Andreas Lubitz, divulgada na manhã de hoje pela revista francesa  Paris Match e pelo jornal britânico The Mirror.
Primeira imagem do co-piloto Andreas Lubitz, divulgada na manhã de quarta-feira, dia 25 de Março, pela revista francesa ‘Paris Match’ e pelo jornal britânico ‘The Mirror’.

Na gravação de bordo, que o procurador francês diz que está intacta e se entende perfeitamente todo o diálogo entre os pilotos na última meia-hora de voo, ouve-se já a preparação de descida para o aeroporto de Dusseldorfe, onde a aeronave aterraria, se bem que se verifique que algumas respostas do co-piloto sejam lacónicas. Depois ouve-se o ruído do recuo da cadeira do comandante e a abertura da porta de ligação à cabina de passageiros e sequente fecho. Dentro do cockpit apenas se houve o ruído da respiração do co-piloto, ouvindo-se pouco depois um bater na porta que será o comandante de regresso à cabina de comando, a solicitar abertura. Não foi aberta. Ouvem-se novos ruídos estrondosos vindos da porta e até uma tentativa de arrombamento da divisão que é blindada. Dentro do cockpit continuou a não haver resposta e os registos do aparelho, lidos numa das ‘caixas negras’, mostram que ele está em queda, por acionamento manual do dispositivo de perda de altitude.

Na torre de controlo aéreo de Marselha os controladores de serviço aperceberam-se do descontrolo de altitude do aparelho e fizeram várias chamadas para confirmar a situação do A320 da Germanwings sem obter resposta, disse o Procurador da República francês, que acrescentou que depois sente-se um ruído que deve ser de um primeiro impacto numa montanha até ao ‘crash’ final no local onde os destroços do aparelho e os corpos dos seus ocupantes foram encontrados, ruídos esses já abafados por muita gritaria dos passageiros em pânico.

O procurador Brice Robin, que lidera a equipa de investigadores e a comissão de inquérito ao acidente, junto com autoridades aeronáuticas e policiais, afirmou que a leitura que a comissão tem, 48 horas depois do acidente e após a audição atenta das gravações, é de que houve uma ação deliberada do co-piloto em despenhar a aeronave, quer ao accionar a perda de altitude no cockpit, quer ao não permitir o regresso do comandante ao seu posto de comando.

A Justiça francesa decidiu acusar imediatamente o co-piloto e entregou o processo aos serviços de investigação criminal. As autoridades alemães já anunciaram que ele não tem passado criminal e que estava na companhia há cerca de 18 meses. Tinha acabado o seu curso de pilotagem em Setembro de 2013, nos Estados Unidos da América, e somava 630 horas de voo.

 

  • Notícia em desenvolvimento 12h50 UTC

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