A Comissão de Trabalhadores da TAP (CT) quer falar com Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração do Grupo TAP SGPS, SA, e com Ramiro Sequeira, presidente interino da Comissão Executiva, sobre o futuro da companhia aérea. O pedido já foi feito e a CT aguarda agora pela marcação das reuniões, escreve nesta terça-feira, dia 20 de outubro, o ‘Jornal Económico’, que se publica em Lisboa.
“Já pedimos reuniões para sabermos como está o plano de reestruturação e como estão as rotas ou o que se planeia para o futuro”, disse ao jornal a coordenadora da CT da TAP, Cristina Carrilho.
Em cima da mesa vão estar quatro grandes temas: “O plano de reestruturação; perspetivas da TAP para o futuro, a reposição de frequências; está incluído também a venda de aviões; a questão laboral, obviamente, o que pensam fazer aos trabalhadores e com que trabalhadores”, enumerou a responsável.
Em relação aos 1.600 trabalhadores que vão sair da empresa este ano, “correspondem a trabalhadores da TAP SA [a companhia aérea]” que terminaram contrato ou que vão “terminar contrato até ao fim do ano e a TAP não está a renovar contratos.
“A maior fatia são tripulantes, mas também há pessoal de terra. Durante o fim de 2017, o ano de 2018 e ainda o inicio de 2019 foram feitas muitas contratações principalmente para bordo devido ao crescimento da operação”, destacou.
“A empresa alega que, devido ao decreto de lay-off, não se podem fazer novas contratações. A empresa interpreta a renovação de contrato como uma nova contratação, como não pode fazer novas contratações, não renova contratos. A nosso ver, isso é discutível, até que ponto uma renovação de contrato conta como uma nova contratação, porque, ao fim e a cabo, a renovação é a continuação de uma situação já pré-existente, a pessoa já esta na empresa, penso que é discutível, mas a empresa decidiu interpretar assim”, aponta Cristina Carrilho.
O número de 1.600 trabalhadores foi anunciado pelo ministro das Infraestruturas na quinta-feira passada no Parlamento. “No total do grupo, neste momento saíram já 1.200 [trabalhadores] e prevê se que saiam até ao final do ano 1.600 [trabalhadores]”, disse Pedro Nuno Santos, não especificando os tipos de contratos laborais destes trabalhadores, nem em que empresa do grupo tiveram lugar.
Outros dos pontos em cima da mesa vão ser as rotas do Porto. “Não sabemos bem o que se passa com as rotas do Porto e gostávamos de saber”, disse a coordenadora.
Para completar os seis temas que vão ser abordados, a CT quer saber o “que se passa com a manutenção do Brasil, como estão as coisas por lá”.
- Foto © José Luís Freitas