Comissão Europeia aceita transformação da Alitalia, mas reduz trabalhadores e slots

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A Itália concluiu “positivamente” as negociações com a Comissão Europeia para relançar a Alitalia, em dificuldades financeiras, com a nova designação de ITA – Italia Trasporto Aereo, que começará a operar a partir de 15 de outubro, anunciou nesta quinta-feira, dia 15 de julho, o Governo italiano.

A nova companhia aérea estará “totalmente operacional” a partir de 15 de outubro, quando são esperados os primeiros voos, segundo um comunicado do Ministério da Economia e Finanças.

“Com a Ita nasce uma nova e importante companhia aérea italiana, com perspetivas de desenvolvimento significativas e que será capaz de competir no mercado nacional e internacional”, afirmou em comunicado o ministro das Infraestruturas, Enrico Giovannini.

O Governo italiano, liderado por Mario Draghi, estava há meses em negociações com Bruxelas para criar a nova companhia aérea, Ita, a partir da Alitalia, que vivia uma precária situação patrimonial e que esteve perto do colapso várias vezes nos últimos anos.

As negociações foram concluídas “positivamente” e levaram a “encontrar uma solução que permite contribuir eficazmente para impulsionar o setor aéreo nacional”, segundo Giovannnini.

Os funcionários da Alitalia que “podem ser contratados pela nova empresa são 2.800 em 2021 e 5.750 em 2022”, disse, por sua vez, o ministro do Desenvolvimento Económico, Giancarlo Giorgetti.

A decisão foi tomada depois de sete meses de intensas negociações, tendo ficado estabelecido que a nova companhia italiana vai devolver 57 por cento dos slots que a Alitalia tinha no Aeroporto de Fiumicino, na cidade de Roma, e mais 15 por cento dos que disponha no Aeroporto de Linate, na cidade de Milão, no norte do país. Serão certamente entregues a companhias que se candidatem, prevendo-se uma corrida das empresas de transporte aéreo de baixo custo.

A nova companhia vai apostar na inovação e na digitalização, em linha com os princípios expostos no Plano de Recuperação aprovado por Roma, na sequência da crise pandémica.

A Alitalia, que estava em processo de falência desde maio de 2017, não conseguiu atrair o interesse de qualquer sócio para comprar a totalidade do seu negócio.

O Governo italiano disse no ano passado que queria criar uma empresa nova, chamada Ita Spa, que receberia uma injeção inicial de 3.000 milhões de euros e assumiria os ativos sãos da Alitalia.

Desde 2017, o Governo italiano entregou à Alitalia dois empréstimos no valor total de 1.300 milhões de euros para garantir a sua operacionalidade, mas o dinheiro não foi devolvido e a Comissão Europeia está a averiguar se foram ajudas públicas, sem haver ainda uma decisão.

Além disso, desde o ano passado a companhia recebeu cerca de 300 milhões de euros em ajudas para empresas afetadas pela pandemia, com ‘luz verde’ de Bruxelas.

A Comissão Europeia disse em comunicado ter “registado o anúncio feito hoje por Itália sobre o lançamento da Ita”, sem falar em acordo, mas explicando que vai continuar “em estreito contacto com as autoridades italianas” para garantir que a nova empresa será criada em conformidade com as regras vigentes em matéria de ajudas do Estado.

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