Um conjunto de sindicatos, que representa a maioria dos trabalhadores da TAP, afirma que a Comissão Executiva da companhia aérea portuguesa optou por romper “o processo de conversações” e não descartam, por isso, “qualquer tipo de cenário”.
Em comunicado divulgado pela agência de notícias ‘Lusa’ nesta quarta-feira, dia 15 de junho, várias estruturas sindicais, incluindo alguns dos maiores sindicatos da TAP, salientaram que “em reunião realizada ontem [terça-feira, dia 14]” entendeu “a Comissão Executiva da TAP colocar-se numa atitude de confronto, rompendo o processo de conversações que se vinham realizando, assumindo a partir desse momento todas as responsabilidades que daqui em diante possam advir”.
Segundo o mesmo comunicado, “os sindicatos signatários representantes da esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP, certos de interpretar o sentimento de grande desânimo que grassa por toda a empresa, decidiram reunir-se no passado dia 26 de maio de 2022, com o objetivo de levar a efeito uma profunda reflexão sobre a situação da TAP, no que respeita à retoma da atividade e, sobretudo, avaliar o efeito que o plano de reestruturação, proposto pelo Governo e aprovado por Bruxelas, está a causar na companhia”.
“Após ida à Assembleia da República, reunião com o Governo e várias reuniões com a administração da TAP, não foi possível alcançar um entendimento que adapte as regras à realidade que já estamos a viver desde abril de 2022 e que já apresentam valores operacionais semelhantes a 2019, isto é, valores operacionais pré-covid”, referem, na mesma nota, as estruturas sindicais.
Nessas reuniões, garantiram, “os sindicatos avançaram com soluções que visavam uma maior estabilidade laboral mitigando um plano de reestruturação completamente desajustado à atual realidade”.
“Alertou-se também a gestão para factos operacionais que se vivem diariamente em quase todos os setores da empresa”, salientaram.
Os sindicatos, que se reuniram novamente nesta quarta-feira, dia 15, alertaram para a “saída continuada de quadros técnicos especializados e consequente impacto operacional provocado pela falta de recursos humanos” e responsabilizaram “a atual gestão pela degradação das condições de trabalho que já se fazem sentir”.
A estruturas criticaram ainda o “recurso a terceiros de valências que sempre foram competência da TAP, aumentando exponencialmente os custos”, e deram conta da “perda e recusa de contratos externos”.
Os sindicatos alertaram ainda para a atribuição de “responsabilidades de terceiros na comunidade aeroportuária nacional”, como a ANA –Aeroportos de Portugal, o SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) e NAV (responsável pelo tráfego aéreo) e o Governo e para a “delapidação do património da TAP, nomeadamente a sua sede”.
“Mantendo-se estes temas em aberto, os sindicatos continuarão a trabalhar em conjunto, não descartando qualquer tipo de cenário. Os trabalhadores da TAP serão sempre o garante da sua sobrevivência, ao contrário daqueles que dela se servem”, remataram.