“Concertação informal de preços” entre a EasyJet e a TAP afecta a Madeira

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O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, admite que a descida do tráfego aéreo nacional se deva a uma “concertação informal de preços” entre a EasyJet e a TAP, no que respeita aos voos entre a Região Autónoma e o continente.

“Há uma prática que me cheira a oligopólio e há, neste momento, com duas companhias apenas no mercado nacional [EasyJet e TAP], uma tendência para haver uma concertação informal de preços e isso está a prejudicar a Madeira”, disse o governante madeirense no discurso proferido por ocasião das comemorações dos 50 anos do Aeroporto da Madeira, no dia 15 de Setembro.

A questão da descida do tráfego aéreo nacional fora abordada anteriormente por Jorge Ponce Leão, presidente da ANA – Aeroportos de Portugal e da ANAM – Aeroportos da Madeira, que aproveitou o momento para passar em revista a história da construção dos aeroportos da Madeira e do Porto Santo, falar do presente e do futuro.

A pretexto da história da infra-estrutura aeroportuária, Alberto João Jardim não perdeu a oportunidade para lembrar que a construção da pista intercontinental – que afirma ser “uma causa do povo da Madeira” e não uma causa política – foi alvo de oposição.

Entre os opositores, segundo o governante, estiveram “altas figuras do Estado (ou situadas no Estado)”, figuras da Região e até da TAP, que na altura “temeu perder o monopólio que detinha”.

“A verdade é que os tempos correram e nós continuámos a sempre com problemas com a TAP”, acrescentou, lançando algumas questões sobre a privatização da companhia aérea nacional.

“Está-se a assistir a uma coisa que é fazer cada vez mais decair o valor de um produto quando se fala na sua privatização, quando deveria ser ao contrário (…). Se querem privatizar alguma coisa, a solução era valorizar o produto, não era estar a degradá-lo…”, considerou.

No que chama de “mistério”, Alberto João Jardim diz que não compreender por que razão todos os governos da República “são tão subservientes à administração da TAP”.

“Há aqui um mistério. Não sei se é mais uma daquelas subserviências internacionais em que Portugal, nos últimos anos, tem sido frequente cair, mas a verdade é que aqui está qualquer coisa de errado no sistema de transportes que muito nos preocupa e os madeirenses têm razão para ficar preocupados”, declarou.

 

  • No Aeroporto da Madeira foi inaugurada uma exposição retrospectiva sobre os 50 Anos da estrutura aeroportuária. Não reporta apenas aos factos da obra e da evolução da mesma. Ali mostra-se a relação da Aviação com o arquipélago da Madeira, nomeadamente com a ilha principal.

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