A Conviasa tem presentemente 15 aviões de transporte de passageiros parados devido a não haver peças disponíveis em Venezuela que permitam a sua reparação e consequente reentrada ao serviço da companhia aérea nacional, formado por um consórcio estatal, que substituiu, em 2004, a extinta Viasa, companhia estatal que foi privatizada para a Iberia e depois encerrada em 1997 devido a falência, mas que o Governo de Caracas e muitos dos seus ex-trabalhadores consideram que a posição da então administração da companhia aérea espanhola ainda está pouco esclarecida.
A situação das avarias e imobilização dos 15 aviões foi denunciada neste sábado, dia 30 de Maio, pelo jornal diário ‘El Nacional’ que se publica na capital venezuelana e que divulgou na sua edição online (LINK) dados que diz serem de boa fonte, já que foram fornecidos pelos próprios trabalhadores da Conviasa.
Refere o ‘El Nacional’ que desde Janeiro passado que os trabalhadores da Conviasa têm enviado cartas a diversas entidades públicas, nomeadamente ao Vice-Presidente da República, Jorge Arreaza, pedindo a atenção para que envidem esforços para que esta crise não arraste a companhia aérea do Estado para um eventual “encerramento técnico”
Face à falta de resposta e ao aumento dos problemas, os trabalhadores da Conviasa resolveram tornar públicas as suas preocupações, em cartas que são assinados por cerca de 1.000 funcionários, cujos nomes se mantêm sem sigilo, receando eventuais represálias do Governo de Nicolas Maduro.
Os trabalhadores denunciam que a junta nomeada em Abril deste ano para reformular o consórcio Conviasa pretende dividi-lo em duas companhias aéreas: a Conviasa Intercontinental, que teria capital misto dividido entre o Governo e privados, e que teria a seu cargo as ligações de longo curso, e a Conviasa nacional que faria voos no interior da Venezuela e para países latino-americanos mais perto.
Como já tem sido noticiado os trabalhadores não estarão, em princípio, contra essa divisão. O que eles pretendem saber é como será possível tal objectivo se a companhia tem cada vez menos aviões operacionais e para viagens intercontinentais vê-se obrigada a alugar aparelhos a outras companhias.
O jornal ‘El Nacional’ diz que a Conviasa tem, actualmente, 15 aviões avariados, cujos registos a seguir indicamos:
- Quatro aviões CRJ-700 (matrículas YV-1115, YV 1111, YV 2115 e YV2088) que já se encontram parados há cerca de um ano;
- Quatro aeronaves Embraer (matrículas YV-2944, YV-2912, YV-2954 e YV-2850 que estão desde há um ano inoperacionais e sem motores;
- Três aparelhos Boeing 737 (matrículas YV-2556, YV-2559, YV-1007) desde há dois anos inoperacionais;
- Quatro aeronaves ATR-72 (matrículas YV-1850, YV-2421, YV-2422, YV-1009) que estão desde há 18 meses paralizadas.
