Corte de borlas a governantes pode atingir regalias dos funcionários da TAP e familiares

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A atual Administração da TAP Air Portugal apresentou ao Governo Português uma proposta para que entidades oficiais, quando ao serviço de departamentos governamentais, nomeadamente das presidências e dos gabinetes de órgãos de soberania, ministérios e governos das regiões autónomas, passem a pagar os seus bilhetes quando viajam em aviões da companhia, em serviço ou em visitas oficiais ao estrangeiro.

A proposta da TAP, que está a ser analisada em conjunto com técnicos do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, que tutela os transportes aéreos, designadamente a companhia aérea de bandeira nacional, cuja maioria de capital continua a pertencer ao Estado Português, pretende obter uma solução que passe pela criação de tarifas especiais ou pacotes de desconto, noticiou nesta quinta-feira, dia 16 de agosto, o ‘Jornal de Negócios’ que se publica em Lisboa.

“A TAP está a trabalhar com o governo no estabelecimento de novas regras sobre as condições a aplicar nas viagens de servidores públicos, a adotar proximamente”, disse fonte da companhia área ao jornal, sendo que o fim das “borlas” é um ponto assente.

O argumento da companhia aérea portuguesa, justifica o ‘Jornal de Negócios’, prende-se com o facto de “esta ser uma empresa privada”.

É normal que os membros dos governos sejam dispensados do pagamento de bilhete nas deslocações oficiais na TAP, sendo que outros representantes, como diplomatas, beneficiam de upgrades para classe executiva, escreve o jornal.

Contudo, há aqui algumas nuances que, até certo ponto, contradizem os objetivos da Administração da TAP: a companhia é de maioria de capital público, não é privada como quer fazer crer a fonte do ‘Jornal de Negócios’. Por isso se bateu o atual Governo da República, liderado pelo Partido Socialista, que anulou a anterior venda da maioria de capital ao sector privado, retomando as rédeas da empresa. O que acontece, isso todos sabemos, é que os negócios e todo o projeto de desenvolvimento do Grupo TAP SGPS estão a ser geridos por administradores nomeados pelos sócios privados do Estado Português na companhia, pois assim entendeu o Governo, dado não ter especialistas em Aviação Comercial que garantissem um melhor trabalho que a equipa preparada por Fernando Pinto está a desenvolver, seguida de perto e partilhada pelos representantes do maior acionista.

Quanto aos governantes, funcionários superiores do Estado e diplomatas pagarem bilhete nas viagens da TAP, o ‘Newsavia’ sabe que houve boa aceitação por parte do ministério de Pedro Marques a esta proposta, tendo até em vista uma certa moralização e transparência das deslocações oficiais e em trabalho e das contas do Estado. Contudo, o Governo não tem de ceder, já que o Estado, por cujos interesses o Governo zela, tem maioria no capital. Mas, atenção, o ministério de Pedro Marques pode entrar, consciente ou inconscientemente, num jogo que terá por objetivo final tornar menos fáceis as regalias de que usufrui todo o pessoal que trabalha na TAP e os seus familiares, e que constam do Acordo de Empresa, que foi denunciado recentemente pela TAP SGPS e que está em período de revisão.




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