A companhia aérea Cubana de Aviación anunciou o cancelamento de uma das suas principais rotas internacionais, que liga Havana, capital do país, a Paris, em França, com regresso por Santiago de Cuba, a segunda cidade mais importante da república refundada por Fidel Castro nas Caraíbas há pouco mais de 50 anos. Esta decisão tomada pela empresa de aviação comercial de capitais públicos surge poucas semanas depois de ter sido anunciada a suspensão dos voos regulares entre Havana e Santo Domingo, na República Dominicana.
Os passageiros com bilhetes adquiridos para voar na companhia nacional para a Europa serão transferidos para voos da Air Caraïbes, que começou a voar para Havana no final do ano passado e que tem um acordo de code-share com a Cubana de Aviación.
A notícia está a ser recebida com grande preocupação pela comunidade aeronáutica cubana, já que todos os que seguem a companhia nacional sabem que está praticamente sem frota para os voos intercontinentais. Os aviões Ilyushin Il-96-300 estão fora de serviço devido a avarias. O último que foi visto, na semana passada em Caracas, parece ser o único que está operacional, mas tem sido utilizado apenas em voos para personalidades, quer do Estado Cubano, quer dos Estados amigos, nomeadamente da Venezuela. Tem sido o avião presidencial de Nicolás Maduro, um dileto amigo da Revolução Cubana.
Entretanto, os voos regulares da Cubana de Aviación, entre Havana e Madrid, estão a ser feitos com aviões A340, alugados em regime ‘ACMI’ à companhia espanhola Plus Ultra Liñeas Aéreas.
O ‘Diário de Cuba’ noticiou na semana passada que a empresa russa ‘Voronezh Aircraft Company’ intermediou desde 2006 a aquisição de 14 aviões de fabrico russo e ucraniano, que custaram ao governo de Havana 432 milhões de dólares. Os números são considerados exagerados e, segundo o jornal, com essa importância a Cubana de Aviación poderia ter comprado diversos aviões de fabrico ocidental, com maior fiabilidade operacional e melhor qualidade. A maioria dos 14 aviões, acrescenta o ‘Diário de Cuba’, encontra-se avariada, estando a maioria dos aparelhos estacionados em aeroportos do país, à espera de peças e de intervenção técnica adequada.
A Cubana não compra aviões ocidentais por causa do maldito embargo americano, em vigor desde os tempos do Kennedy. Ou compra russos ou vai alugando!