David Neeleman vendeu metade da sua posição na Azul

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David Neeleman, o empresário norte-americano, também com nacionalidade brasileira, que controla a AZUL – Linhas Aéreas Brasileiras, vendeu metade das ações que disponha na companhia aérea. A notícia foi confirmada nesta terça-feira, dia 14 de abril, pelo ‘Brazil Journal’, um portal de notícias, análise e comentário sobre economia, empresas e diversos mercados.

David Neeleman, empresário com grande experiência e prestígio no sector da aviação comercial, nomeadamente na América do Norte, onde foi fundador da JetBlue (EUA) e WestJet (Canadá), além da AZUL, que se tem revelado uma marca de sucesso em todo o Brasil e na América Latina, é também acionista do consórcio ‘Atlantic Gateway’, em parceria com o empresário português Humberto Pedrosa. O consórcio detém 45% do capital da TAP SGPS e é responsável pela gestão companhia aérea portuguesa.

Reproduzimos em seguida a matéria que foi escrita pelo jornalista Geraldo Samor, mantendo a escrita e a grafia brasileiras, assim como as quantias referidas que são abordadas em reais (no câmbio oficial desta terça-feira, dia 14 de Abril, o Banco de Portugal indica que um euro vale 5,60 reais e um dólar norte-americano vale 5,15 reais).

 

“David Neeleman, que como fundador de cinco companhias aéreas já atravessou os atentados de 11 de setembro e a crise global de 2008, vendeu metade de sua participação na Azul no mês passado, quando a crise do coronavírus já massacrava a empresa que ele controla.

Segundo um formulário submetido à CVM ontem à tarde, depois do fechamento do mercado, Neeleman vendeu 9,3 milhões de PNs, reduzindo seu total de PNs de 11,4 milhões para 2,11 milhões.
As vendas, entre os dias 12 e 18 de março, foram feitas pela corretora do Citigroup a um preço médio ponderado de R$ 16,69, e levantaram R$ 155,5 milhões.

Neeleman começou a vender quando a ação da Azul já havia caído 50% do nível de R$ 60 em que negociava antes do estouro da crise. 

Sua primeira venda, tímida, foi a R$ 20,29. A última, a R$ 10,60.

Ontem à noite, gestores que acompanham a Azul diziam haver três explicações possíveis para a venda: ou Neeleman acredita que a empresa não vai sobreviver, ou teme ser diluído no pacote de ajuda do BNDES, ou ainda pode ter tido problema de liquidez na pessoa física.

Mas “no mínimo, isso aqui merecia um fato relevante por parte da empresa,” um gestor disse ao ‘Brazil Journal’.

Neeleman controla a Azul por meio de ações ON, as únicas com direito a voto, e que continuam em seu poder.

Neeleman detém 622 milhões de ações ON na empresa. Como, em termos de poder econômico, cada PN vale 75 ONs, isso significa que Neeleman detém 8 milhões de PNs equivalentes (622/75) na forma de ONs.

Estas, somadas às 11,4 milhões de PNs originais, perfaziam 19 milhões do que a companhia chama de ‘ações preferenciais ajustadas’.

Depois de vender as 9,3 milhões de PNs, a participação total de Neeleman na companhia caiu de 5,8% para 3,05% do capital.

O segundo maior acionista da Azul é a família Caprioli, que controlava a TRIP, vendida à Azul em maio de 2012. Ao que consta, os ex-acionistas da Trip não venderam nada.

As vendas aconteceram pouco antes da Azul começar a negociar acordos coletivos de redução de salários e jornadas com seus funcionários. Uma primeira proposta foi rejeitada no final da semana passada.

A empresa também está renegociando os contratos de leasing com os seus lessores, mas ainda não cogitou cancelar os subleasings feitos no mês passado, que em sua maioria envolvem a Breeze Group, a nova empresa de aviação de Neeleman nos EUA.”

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