A direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil deu conta de uma reunião realizada com a administração da TAP onde questionou sobre o ponto de situação do plano de reestruturação para o grupo entregue em Bruxelas, “e sobre o qual continua a administração a aguardar análise e finalização”
A administração da TAP “desconhece” se serão precisas mais medidas ao nível dos recursos humanos e equipamentos, tendo, segundo o SNPVAC, alertado para a dificuldade de tomada de decisões sem a aprovação do plano de reestruturação.
Numa mensagem interna, a que a agência portuguesa de notícias ‘Lusa’ teve acesso, a direção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) deu conta de uma reunião realizada na semana passada com a administração da TAP e que contou com a presença da presidente executiva (CEO) Christine Ourmières-Widener, do administrador com o pelouro operacional, Ramiro Sequeira, e de Valter Fernandes, diretor-geral da da Portugália Airlines.
“Teve oportunidade este sindicato de questionar sobre o ponto de situação do plano de reestruturação para o grupo TAP entregue à DG Comp [Direção-Geral da Concorrência] em Bruxelas, e sobre o qual continua a administração a aguardar análise e finalização por parte desta entidade, contando com essa informação até ao final deste ano”, indicou o SNPVAC, na mesma mensagem.
De acordo com o sindicato, a CEO sublinhou “a dificuldade de tomada de decisões/ações assentes em cenários ainda hipotéticos, pela falta de resolução do plano apresentado” afirmando que desconhece “se serão necessárias mais medidas com implicações estruturais no grupo, tanto ao nível de recursos humanos como ao nível de equipamentos”.
O sindicato conclui indicando que os administradores “comprometeram-se em partilhar de imediato qualquer informação que venham a receber sobre este processo”.
Na semana passada, a presidente executiva da TAP adiantou que o processo de despedimento coletivo, que classificou como “muito complicado”, está agora a ser finalizado, uma das medidas para tornar a companhia mais sustentável. Para alcançar esta meta, a transportadora também reduziu a frota para 90 aeronaves.
“Nesta crise, a TAP ajustou-se e definiu um novo plano – TAP 3.0. Ainda estamos na expectativa da sua aprovação, mas já iniciámos a sua implementação”, adiantou Christine Ourmières-Widener, na Conferência Internacional de Controlo de Tráfego Aéreo.
A CEO já se tinha mostrado confiante na aprovação por Bruxelas do plano de reestruturação da companhia.
“Eu acho que todas as indicações que temos do Governo” são as de “que estamos à espera de uma aprovação”, ainda que a data não seja “assim tão específica”, e “é nesta base que estamos a trabalhar”, afirmou a responsável, durante uma intervenção no Portugal Air Summit, em Ponte de Sor (Portalegre), em 13 de outubro passado.
O Governo estima injetar 1.988 milhões de euros na TAP este ano e em 2022, segundo o relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado para 2022, mantendo os 990 milhões de euros previstos para o ano.
Além disso, segundo a proposta, “é previsto no plano de reestruturação apresentado à Comissão Europeia, no seu cenário central, que 2022 seja o último ano em que o Estado português injeta dinheiro na TAP, no valor de 990 milhões de euros”.
O Governo acredita que “a TAP ficará, assim, devidamente capitalizada para poder prosseguir a sua atividade, contribuindo fortemente para a economia portuguesa”.