Foram atribuídos às companhias Azul, Passaredo e MAP os 41 slots (horários de pouso e descolagem) que estavam disponíveis no Aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo, devido à saída da Avianca Brasil do cenário do transporte aéreo no País.
O processo, que tanta polémica tem provocado, foi (e está a ser) liderado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que, nesta quarta-feira, dia 31 de julho, anunciou que a Azul Linhas Aéreas Brasileiras ficará com 15 slots, a Passaredo Linhas Aéreas com 14 e a MAP Linhas Aéreas com 12.
Mas, cuidado, porque o processo ainda anão está concluído. Agora as companhias terão de demonstrar que têm capacidade técnica para voar à partida de Congonhas, nomeadamente em termos de equipamento e de preenchimento das vagas que lhes foram atribuídas. Se para a Azul isso é relativamente fácil, o mesmo não se poderá dizer em relação às outras duas empresas. A ANAC diz que as duas companhias aéreas regionais deverão comprovar ao operador do aeroporto e ao órgão de controlo do espaço aéreo “o atendimento de requisitos operacionais exigidos para operação no aeroporto”.
A Passaredo Linhas Aéreas, que tem sede em Ribeirão Preto, uma cidade do interior de São Paulo, opera com uma frota reduzida de cinco aviões ATR, com capacidade para até 70 passageiros. Na semana passada responsáveis pela empresa disseram que estavam em contacto com empresas de leasing para aluguer de aviões de maior capacidade, nomeadamente os Embraer das gamas E170 e E190, Airbus A320 ou Boeing 737. Também estavam procurando pilotos habilitados para a operação.
A MAP Linhas Aéreas, tem sede e âmbito de ação do Estado do Amazonas no norte do Brasil, longe da metrópole de São Paulo, e opera também cinco aviões de pequena dimensão, todos turboélices ATR. Não se conhecem planos de expansão ou remodelação da frota, mas é conhecida, isso sim, a grande vontade de se habilitar aos slots deixados vagos pela Avianca em Congonhas. Veremos o que acontece até ao prazo fixado pela agência reguladora. Restam nove dias.
Casos não sejam encontrados meios operacionais para resolver as questões que atrás ficaram em aberto, a ANAC promoverá nova distribuiçãoo de slots, à qual poderá voltar a concorrer a Azul, que poderá ganhar mais slots em Congonhas, mas limitada às condições do concurso que limita em 54 o número total de horários. Agora já tem 41 e poderá ganhar mais 13, caso haja redistribuição.
Uma quarta empresa, a Two Flex, solicitou 14 slots em Congonhas, mas como a companhia opera 18 aeronaves de menor porte (Cessna 208 Grand Caravan, com capacidade para até 19 passageiros), pelo que esses voos foram destinados à pista auxiliar de Congonhas. Por isso, diz a ANAC, a operação está pendente de confirmação pelo Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA). De qualquer modo há que ter em conta que Two Flex assinou recentemente um acordo comercial com a GOL, o que reforçará a posição da maior companhia brasileira de voos domésticos no aeroporto paulista.