Há cada vez mais empresários brasileiros a adquirir o seu primeiro avião. A opção pelo avião executivo está a tornar-se mais frequente, face à pressa que muitos têm em responder aos seus compromissos e a se deslocarem com um mínimo de perdas de tempo para os locais onde ocorrem as suas reuniões e os seus negócios. Seguem a velha máxima britânica de que “tempo é dinheiro” e não querem perder as oportunidades.
De acordo com a Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG) em 2013 foram incorporadas na frota nacional 756 aeronaves, sendo 283 novas. Grande percentagem destas aquisições foi para entidades ou pessoas que as fizeram pela primeira vez.
Com um gasto de entre 90 a 100 mil reais por mês, o empresário Willians Paulo Mischur, do ramo de tecnologia, já não aguentava mais a rotina de viajar com as linhas aéreas comerciais regularmente de Curitiba ou Florianópolis para Brasília, ou Cuiabá, ou ainda para mais longe, como São Luís, no Maranhão. Até que decidiu comprar um jato Eclipse 500 Total (igual ao que mostra nossa foto), o primeiro modelo fabricado pela Eclipse Aerospace a desembarcar no Brasil. “Acabou aquela história de perder três, quatro ou cinco dias para fazer o que hoje em faço em dois. Se tenho que fazer a apresentação de um sistema, entro no avião e vou”, explicou.
A decisão de adquirir um jato como o Eclipse passou por um amplo estudo, voos de teste, e a ajuda de consultores, tanto na escolha do modelo, quanto na importação em si. “No começo fiquei preocupado com manutenção, mas peguei uma aeronave com upgrade e com apenas 200 horas de voo, assim fiquei tranquilo”, explicou. Agora, empolgado com os ganhos que teve em termos de agilidade e conforto, Mischur planeia trocar em breve o Eclipse por um jato maior.
Mischur é um exemplo, mas não o único a adquirir recentemente o primeiro avião. De acordo com Marcelo Almeida, diretor da ‘Timbro Trading’ e especialista em importação de aeronaves, só no primeiro semestre de 2014, duplicou o número de clientes que adquiriram a primeira aeronave. Segundo Marcelo Almeida, a justificação é quase sempre a mesma: o tempo perdido com voos regulares e os gastos. “Alguns compradores fazem as contas e vêem que vão economizar tempo e até dinheiro”, afirma. Recentemente, a ‘Timbro Trading’ também detectou uma alta de 15% na preferência pelo sistema de leasing importação, que permite o financiamento em reais, livrando o comprador dos riscos da flutuação do câmbio.
Os dados da quarta edição do Anuário Brasileiro de Aviação Geral, divulgado pela ABAG no começo do mês, reforçam estes números. A frota do país recebeu 756 novas aeronaves no ano passado, destas 283 eram novas e 473 usadas. “Dentre as novas, grande parte é de pessoas ou empresas adquirindo a primeira aeronave, algo em torno de 30%”, disse o diretor geral da ABAG, Ricardo Nogueira.
Com o crescimento da aviação geral no Brasil, a ‘Timbro’ criou uma área especializada na importação de aeronaves. O país tem hoje a segunda maior frota do mundo e não pára de crescer. No ano passado, registou um aumento de 4,9% na frota, segundo os dados do Anuário Brasileiro da Aviação Geral 2013, divulgado há duas semanas. A ‘Timbro Trading’ cuida de toda a gestão e execução de trâmites técnicos e burocráticos para a importação de aeronaves novas e usadas.