O grupo europeu de transporte aéreo de baixo custo EasyJet está a passar por maus momentos, do ponto de vista financeiro, e há quem afirme que a sua situação é tão má, que o futuro está “pendurado por um fio”.
A notícia surgiu neste fim-de-semana, após terem sido divulgadas declarações do comandante de linha aérea e líder sindical Martin Entwisle, gravadas durante uma reunião com administradores do grupo.
O encontro de trabalho foi entre uma comissão de pilotos em representação da BALPA, designação porque é conhecido o sindicato britânico de pilotos, e a administração da EasyJet, na qual esteve também presente o diretor financeiro, Andrew Findlay.
A notícia de que o grupo esteja em muito más condições financeiras soou estranha, já que no início da pandemia, a EasyJet apressou-se a dizer que tinha caixa para sobreviver nove meses sem voar. A declaração foi considerada um exagero de otimismo, mas mesmo assim, desde então, não se tem falado que a companhia esteja na iminência de uma bancarrota. Aliás, a EasyJet apressou-se a desmentir a notícia como ela foi entendida pelas declarações do comandante Martin Entwisle. Num comunicado conhecido neste sábado, dia 26 de setembro, a empresa esclarece que a “gravação não reflete [o que] a EasyJet ou o seu diretor financeiro disse”.
A EasyJet, como todas as companhias aéreas mundiais, enfrenta desafios significativos resultantes da pandemia de covid-19. Cerca de 80 por cento dos seus pilotos foram colocados em lay-off nos meses mais difíceis do confinamento e a companhia recorreu a um empréstimo de 600 milhões de libras esterlinas, através do Fundo de Emergência do Tesouro Nacional do Reino Unido, destinado a apoiar as empresas abaladas pelos efeitos da propagação do novo coronavírus. A EasyJet foi obrigada também a fazer uma operação de lease back de cerca de 30% dos aviões da sua frota, para garantir caixa e admite vender alguns dos seus aviões se a procura continuar em baixa.
A revista ‘Airways Magazine’ escreve neste sábado, dia 26 de setembro, na sua edição online, que “embora o grupo EasyJet tenha negado a validade das declarações envolvendo o Sr. Entwisle, a companhia aérea cortou recentemente voos e confirmou o encerramento de bases no Reino Unido, incluindo Newcastle (NCL), London Southend (SEN) e London Stansted (STN). Um comunicado da empresa diz, por outro lado, que a “companhia aérea continua a manter todas as opções de liquidez sob revisão”.
A EasyJet acrescentou ainda que “os voos no Inverno são sempre significativamente mais baixos do que no Verão e a EasyJet continuará com a sua abordagem prudente e dinâmica da capacidade durante o Inverno. Nenhuma decisão foi tomada e vamos atualizar o mercado no momento oportuno.”
O grupo EasyJet, de matriz britânica, é presentemente constituído por três companhias aéreas, todas a trabalhar no segmento de baixo custo: EasyJet UK (U2), EasyJet Switzerland (DS) e EasyJet Europe (EC). Esta reestruturação aconteceu nos últimos meses de 2019, face à saída do Reino Unido da União Europeia.