O presidente da Comissão Executiva da TAAG — Linhas Aéreas de Angola, Rui Carreira, rejeitou a entrada da companhia aérea Emirates no capital da transportadores aérea angolana, vincando que a experiência de gestão da companhia angolana pela Emirates “é para não repetir”.
“A experiência é para não repetir, mas isto engaja-me a mim, é a minha opinião pessoal, não sei o que os acionistas vão querer fazer no futuro”, disse Rui Carreira, em Lisboa, nesta quarta-feira, dia 14 de novembro, quando questionado pela agência de notícias ‘ Lusa’ sobre se o regresso da Emirates, companhia dos Emirados Árabes Unidos, com sede no Dubai, à TAAG era uma possibilidade.
“Qualquer parceria tem sempre subjacente uma atitude comercial, uma estratégia comercial, portanto se a estratégia da TAAG se alinhar com a da Emirates, porque não”, questionou o antigo piloto, explicando depois que “o que a TAAG precisa é de capital, de financiamento, e a Emirates quando veio para Angola foi para gerir, não veio fazer uma injeção de capital”.
Em declarações à ‘Lusa’ à margem da sua participação no ‘Portugal Exportador’, que esta quarta-feira decorre em Lisboa, organizado pela Fundação AIP, Novo Banco e AICEP, Rui Carreira disse que a empresa está à procura de capitais privados para expandir a atividade, mas não para já.
“Numa primeira fase serão apenas investimentos públicos mas a médio prazo a companhia vai estar aberta a capitais privados, quer angolanos, quer estrangeiros; é uma lufada de ar fresco no financiamento, que abre boas perspetivas” para novo financiamento e para a modernização da frota, quer em novos aviões quer nos atuais, disse o presidente da empresa.
Sobre as notícias que dão conta de um excesso de pessoal na empresa, Rui Carreira disse que “a avaliação está ainda a ser feita no detalhe” e explicou que “quando se diz que tem trabalhadores excedentários, compara-se com rácios de outras companhias e de outros países e não se tem muito em linha de conta as realidades do país que é Angola”.
Antes, na intervenção no painel sobre Angola, Rui Carreira afirmou que quer colocar a TAAG como a companhia número 1 na África subsaariana “na qualidade do serviço, na segurança dos passageiros e na pontualidade”, vincando que a companhia já é a mais pontual nesta região.
“Agora vamos atacar a vertente da qualidade dos serviços e da segurança, que é o mais importante”, concluiu.
Questionado sobre o impacto da visita do Presidente de Angola, João Lourenço, a Portugal, para a semana, Rui Carreira disse que o impacto não deverá ser significativo, vincando que “estando as relações políticas mais ou menos brandas, sempre houve um fluxo considerável de passageiros entre Angola e Portugal”.
Certo é que o acordo aéreo assinado durante a recente visita do primeiro-ministro de Portugal a Angola, não deverá ter efeitos práticos imediatos, pelo menos para a TAAG: “Vamos ver como o mercado vai evoluir, mas neste momento não temos capacidade para aumentar muito mais as ligações já existentes, porque não temos aeronaves nem tripulantes, mas no médio e longo prazo acredito que vamos chegar ao número de frequências permitido pelo acordo”, disse o presidente da comissão executiva da TAAG.
O acordo prevê o aumento das frequências de 17 para mais de 20 ligações semanais entre os dois países, o que é “um grande desafio”, concluiu.