A Ethiopian Airlines está a constituir uma nova companhia aérea na República de Moçambique que terá maioria de capital da empresa etíope e que deverá ficar baseada no Aeroporto de Nacala, no norte do país. Trata-se de um aeroporto novo, com grandes potencialidades de desenvolvimento e implantado numa zona de grande futuro, estrategicamente situado a poucas horas de voo de diversos países do sudeste africano.
A nova empresa que tem vindo a ser anunciada desde há alguns meses pelos responsáveis pela companhia etíope, a maior no sector da aviação comercial e ensino de pilotagem e formação de quadros para o sector aeronáutico no continente africano, terá a designação de Ethiopian Moçambique Airlines (EMA).
O jornal ‘Notícias’ que se publica na cidade de Maputo, anuncia nesta segunda-feira, dia 23 de julho, que a nova companhia irá iniciar voos domésticos regulares em Moçambique no máximo dentro de dois meses, citando declarações do presidente do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), comandante João Abreu.
Segundo o responsável pelo IACM, a companhia etíope já voltou a apresentar a documentação necessária para o início das ligações regulares, depois que da primeira vez que o fez os papéis terem sido devolvidos para correções pontuais.
A nova companhia está na terceira das cinco fases necessárias para a obtenção de certificado de operador aéreo (COA) em Moçambique, fase que na opinião de João Abreu é a mais importante por ser aquela em que se procede à verificação completa dos manuais e documentos exigidos.
As duas fases subsequentes consistem na demonstração da capacidade de cumprir com os procedimentos de segurança, num voo experimental, e na entrega formal do certificado aéreo, autorizando a empresa a voar em Moçambique.
A entrada da Ethiopian Airlines no mercado doméstico de transporte de passageiros decorre de um concurso lançado em 2017 pelas autoridades moçambicanas visando a concessão de rotas no espaço aéreo nacional.
A abertura do mercado doméstico e internacional a outras companhias resultou de uma decisão governamental, pressionada pelo Presidente da República, face à inoperância da companhia aérea de bandeira – a LAM Linhas Aéreas de Moçambique – bastante penalizada pela falta de aviões, constantes avarias de equipamentos e pela difícil situação financeira que a companhia vive desde há vários anos, mergulhada num ambiente de grande desorganização conjuntural. No entanto, de todas as empresas que se habilitaram aos serviços, apenas a Solenta Aviation, em parceria com a FastJet, iniciou voos domésticos entre aeroportos nacionais.
A Ethiopian Airlines ganhou 96 rotas nacionais e internacionais, algumas das quais terão início ainda neste ano após a certificação da nova empresa aérea que promete dominar os céus e aeroportos de Moçambique.