Foi instalado um novo telescópio nacional numa base da Força Aérea Portuguesa, que já está a funcionar, a partir da BA nº 11, em Beja, no Alentejo. A ‘Neuraspace’, uma das empresas líderes mundiais na gestão de tráfego espacial, e a Força Aérea, inauguraram nesta terça-feira, dia 10 de setembro, o telescópio ótico mais avançado de Portugal e um dos mais avançados da Europa.
A cerimónia que marcou o evento contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Álvaro Castelo Branco, do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, e da Diretora-Geral da ‘Neuraspace’, Chiara Manfletti.
Desenvolvido pela ‘Neuraspace’ e instalado na Base Aérea de Beja, o equipamento representa um investimento de 25 milhões de euros, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tendo como fim melhorar a segurança e a sustentabilidade do espaço exterior, oferecendo serviços complementares às empresas que operam no setor espacial. Através da uma Plataforma de Gestão de Tráfego Espacial, sustentada por Inteligência Artificial e Machine Learning, a ‘Neuraspace’ já monitoriza mais de 300 satélites, evitando colisões com detritos espaciais e outros satélites.
A parceria entre a Força Aérea Portuguesa e a ‘Neuraspace’ pretende também reforçar as capacidades de Portugal nas áreas da Consciência Situacional Espacial (Space Situational Awareness) e Vigilância e Rastreamento Espacial (Space Surveillance and Tracking) e a respetiva especialização no apoio ao avanço da segurança espacial, um domínio que o país há muito identificou como sendo de importância estratégica para a economia, proteção civil e segurança de infraestruturas críticas no espaço e em terra.
Para a Força Aérea Portuguesa, a utilização do telescópio da ‘Neuraspace’, em conjunto com as suas capacidades de Inteligência Artificial, permitirá otimizar a análise de dados espaciais, transformando informações complexas em conhecimentos valiosos para fins de defesa e proteção civil.
O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General Cartaxo Alves, destaca que esta parceria se insere na estratégia de capacitação espacial da Força Aérea, prevista no Plano de Voo “Força Aérea 5.3”. “Esta colaboração com a ‘Neuraspace’ reforça as nossas capacidades no domínio espacial, apoiando o conhecimento situacional e contribuindo para o ‘Space INTEL’, essencial para a superioridade de informação e valor operacional da Força Aérea”.
A Força Aérea tem vindo a projetar-se para o espaço, sendo este mais um passo que contribuirá para uma maior presença. A visão da Força Aérea visa empregar o poder aeroespacial para potenciar o cumprimento das missões atribuídas e dotar a Força Aérea com capacidade de monitorização que garanta o conhecimento situacional e o controlo da utilização do espaço nas áreas de interesse nacional, no âmbito da Segurança e Defesa. Para além do contributo fundamental do domínio aéreo, o sucesso da Segurança e Defesa de Portugal só podem ser alcançados através da ação integrada de múltiplos domínios operacionais, dos quais se incluem o ciberespaço e o espaço.