Os fans do MD-11 têm agora uma oportunidade de voar pela última vez no MD-11 da KLM, num voo especial de despedida deste gigante dos céus no próximo dia 11 de Novembro.
A companhia de bandeira holandesa era já a única no mundo a voar comercialmente o gigante tri-reactor que foi projectado e fabricado pela empresa de Long Beach, nos Estados Unidos da América: a McDonnell Douglas.
O último voo comercial em linha regular ocorreu anteontem, dia 26 de Outubro. Foi mais que um último voo de um avião. Marcou também o final de uma parceria de 80 anos gloriosos entre a Royal Dutch Airlines (KLM) e a Douglas, depois renomeada de McDonnell Douglas.
O avião, um MD-11P, matrícula PH-KCE, baptizado com o nome de Audrey Hepburn, a premiada atriz, modelo e humanista britânica, eleita em 2009 a atriz mais bonita da história de Hollywood, ficou para sempre ligado à história da aviação, com a viagem de retorno a Amsterdão, anteontem, depois da escala em Montreal, no Canadá
A aeronave, entregue à KLM em 18 de Novembro de 1994, foi saudada com muita emoção pelos trabalhadores da companhia e funcionários de placa, e pelo tradicional banho das potentes agulhetas de água dos carros de bombeiros, neste seu regresso ao Aeroporto de Schiphol/Amsterdão. Foi o voo KL672.
Na cabina a maioria dos passageiros eram fans deste tipo de aeronave que não quiseram perder a oportunidade. A KLM confirmou que os últimos voos andaram sempre cheios e a maioria dos assentos eram ocupados por apreciadores do velho mas gracioso tri-reactor.
Mais três voos e dois bilhetes atribuídos por concurso universal
O sucesso da aeronave junto dos passageiros e entusiastas é tanto que a KLM vai efectuar mais três voos, no dia 11 de Novembro.
A companhia holandesa está oferecer mais 3 bilhetes num site criado de propósito para o evento (Ver Aqui).
Muito bem feito, vale a pena a visita, convidam os fans para responder a 11 perguntas sobre o avião. Temos de acertar em todas, que nos levará ao final a uma ficha de inscrição. Não é fácil. Dica: Algumas perguntas, poderão ser repetidas, sobretudo quando iniciamos o jogo outra vez, mas atenção, a disposição da resposta estará trocada!
O prémio principal (duas viagens no voo de despedida) inclui uma viagem para Amsterdão para quem não é residente bem como uma estadia de uma noite num hotel. Existem ainda outros prémios que podem ser ganhos com este passatempo, como modelos em escala, um livro especial do voo do adeus, horas de treino no simulador da KLM (carinhosamente apelidado de Mary Poppins), peças originais do MD-11, toalhas de praia, bolsas, e ate uma toalha de descanso de cabeça do primeiro voo!
Aconselhamos uma leitura atenta ao time-line onde encontrará a maior parte das respostas do passatempo. Entretanto convidamos a partilhar toda a informação que tenhamos ou fotos, e ficamos assim a fazer parte de uma linha do tempo (time-line) que criaram de propósito para partilhar vivências e instantâneos que possamos ter a bordo. Esta linha do tempo começa em 1993 com algumas fotos partilhadas dos aviões na linha de montagem.
Ainda não é claro o destino a dar ao PH-KCE ‘Audrey Hepburn’, mas o mais certo é que, tal como os seus pares, siga viagem para o seu último aeroporto, em San Bernardino, no Sul da Califórnia, onde servirá para abastecer peças para os modelos que foram transformados em cargueiros e que ainda voam.
A relação da Douglas com a KLM começou em 1934, com um DC-2, sendo a companhia holandesa a única no mundo a ter operado todos os aviões de série DC.
Sobre o MD-11
Este modelo foi o sucessor do MD-10, numa versão mais longa e mais potente, mas que revelou-se ruinoso para a McDonnell Douglas.
Apresentado como o jacto de última geração para viagens intercontinentais, acabou por não ser bem recebido no mercado, onde a concorrência era feroz. Chegava da Europa com o Airbus A340 e da vizinha Seattle com o Boeing 777, e nunca permitiu que o contrutor de Long Beach chegasse ao seu objectivo de vender 400 aeronaves.
Com uma média de 20 aeronaves por ano, menos de metade das 50 previstas, a McDonnell Douglas encontrou ainda a insatisfação de muitos clientes em relação ao compromisso prestações/performance, obrigando o construtor a introduzir melhorias ao longo do tempo.
Começou a ser desenvolvido em 1986, e em 1990 foi certificado pela FAA e na Europa em 1991 pela já extinta JAA.
O primeiro MD-11 foi entregue a 7 de Dezembro à companhia europeia Finnair tendo entrado em serviço a 20 de Dezembro de 1990 num voo entre Helsínquia, capital da Finlândia, e Tenerife, ilha do arquipélago das Canárias.
No início de 1996 as falhas de desenvolvimento do MD-11, os melhores preços e performances da concorrência agitava, o futuro deste gracioso trirreactor, que chegou a ter no papel uma versão MD-11 CC que comportava 380 passageiros e tinha uma autonomia anunciada de 14.400 quilómetros. A machadada final foi dada com a desclassificação da McDonnell Douglas do programa ‘Joint Strike Fighter’, que retirou qualquer viabilidade financeira futura dos programas militares e comerciais da empresa. Foi adquirida e incorporada pela Boeing em Dezembro de 1996.
A produção do MD-11 terminou em 2001, tendo a Boeing optado por não canabilizar a família 777, muito mais económica e mais procurada que o MD-11.
Este avião sempre foi o rei dos céus e um último voo seria a realização……